O euro caiu hoje face às outras principais divisas na sequência da demissão do Governo e do chumbo do parlamento português às alterações ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).
A moeda europeia caiu pelo segundo dia consecutivo após a votação no parlamento português que levou à demissão do primeiro-ministro José Sócrates, alimentado especulações nos mercados de que Portugal terá mesmo de recorrer a uma ajuda externa.
“Estamos a interpretar isto como uma euro-negativa”, disse Michael Woolfolk, analista sénior de divisas no Bank of New York Mellon Corp, sobre a votação em Portugal. “Muitos estavam à espera, se bem que o mercado em geral tenha ficado surpreendido”
O euro caiu 0,8%, para 1,4088 dólares às 17:00 em Nova Iorque (21:00 em Lisboa).
Os líderes europeus estão divididos quanto à forma de aumentar o fundo de ajuda para a sua capacidade máxima de 440 mil milhões de euros. Os líderes europeus também adiaram para junho a decisão sobre a constituição de um mecanismo regional de ajuda.
Portugal é foco das atenções
“Portugal tem estado no radar, mas a declaração que fez mais mossa é a de o fundo europeu foi adiado até ao final de junho”, declarou Steven Englander, do Citigroup em Nova Iorque.
“Tudo o que ouvimos e vimos nos últimos três meses apontavam para que tudo ficasse resolvido neste fim-de-semana e agora não vai estar”, sublinhou.
O iene também se fortaleceu contra a maioria das outras principais moedas após o primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, ter dito que a Europa, os Estados Unidos e o G-7 estão “prontos” para agir no sentido de controlar a subida da moeda japonesa.