Faro: Cidade está “marafada” para ser a Capital Europeia da Cultura 2027

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As Capitais Europeias da Cultura são um dos projetos com maior reconhecimento na União Europeia, comtemplando um processo complexo que não se esgota na programação cultural de uma cidade para um ano. A ideia basilar coloca as cidades nomeadas no centro da vida cultural de toda a europa, espelhando o que há em comum entre as comunidades, mas também a riqueza que advém da identidade, tradições e da história destas cidades.

A candidatura de Faro à Capital Europeia da Cultura, em 2027, é um projeto que procura envolver os cidadãos na busca de soluções para a cidade e que vê, neste título, uma oportunidade para melhorar as condições de vida dos farenses (e algarvios), com o objetivo de desenvolver a região a nível cultural, económico, social e ambiental.

Paulo Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Faro, esteve presente no evento de apresentação da equipa por detrás do Faro2017 e fez questão de salientar que esta candidatura é “muito mais do que um programa artístico. Não é um projeto de elite. É uma candidatura que procura o desenvolvimento cultural, mas também o desenvolvimento social e económico da região”.

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O “BidBook” da candidatura algarvia, documento onde constam as diretrizes da candidatura, será enviado para a Comissão Europeia, segundo a organização, já no próximo dia 23 de novembro, no qual fazem parte quatro eixos de ação, que a seu tempo serão revelados. Regenerar a cidade, elevar o seu perfil internacional, dar um novo fôlego e uma nova vida à cultura, impulsionar o turismo e o desenvolvimento cultural, social e económico da região onde a cidade se insere, são os benefícios que o título de Capital Europeia da Cultura podem trazer a Faro, e naturalmente ao Algarve, tal como enumerou Isadora Justo, responsável pela comunicação Faro2027.

Apoiado no Plano Estratégico para a Cultura Faro 2030 (PEC), aprovado em 2020, o projeto centra-se no reforço do alcance, diversidade e dimensão europeia da oferta cultural da cidade, alargando o acesso e a participação na cultura e reforçando a capacidade do setor cultural na cidade e as suas ligações a outros setores. Neste sentido, o vice-presidente da Câmara Municipal de Faro atenta que “temos de pensar não no que a candidatura pode fazer por Faro, mas o que Faro pode fazer pela Europa, em matéria da cultura”, destacando ainda o movimento associativo e criativo que já se faz sentir na cidade, fruto de inúmeros projetos culturais que têm marcado a diferença na região, como é o caso do projeto “Cataplanas do Mundo”, que visa, através da gastronomia, incluir cidadãos estrageiros em risco.

O projeto Faro2027, coproduzido pela Universidade do Algarve, Região Turismo do Algarve e pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), prioriza, nesta caminhada, o combate à pobreza, o crescimento das atividades culturais, a criação de oportunidades para jovens, a melhoria do espaço público, o aumento do respeito pela natureza e a consolidação do turismo anual, ao invés do turismo sazonal. A coordenação do projeto está a cargo de Bruno Inácio, Chefe de Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Faro.

Paulo Soares, vice-presidente da Câmara Municipal de Faro

A dimensão da estrutura envolvida, com dezenas de pessoas a trabalhar nesta candidatura, o envolvimento e o apoio dos habitantes da cidade, e da região, no processo da candidatura são algumas singularidades da candidatura Faro2027, revelando Paulo Santos que “nunca houve nenhum processo que fosse tão participado quanto este”, o que traduz também o empenho e a motivação da equipa envolvida, que tem como objetivo reforçar o sentimento de pertença dos cidadãos a uma zona cultural comum.

É através da “Banca da Cultura”, um espaço de partilha de sugestões localizado no Mercado Municipal de Faro, (e que também teve o seu espaço na Feira de Sta. Iria 2021), criado para dar voz aos munícipes, que a candidatura Faro2027 oferece aos residentes a oportunidade de identificar os maiores problemas da cidade, e que compõem a “manta de retalhos” do “Big Book”, levando-os também a refletir sobre de que forma este título poderá estar na base de resolução dos problemas da cidade. Ou seja, todos os que passarem por esta Banca, estão de alguma forma a contribuir para que esta seja uma candidatura sólida e vencedora.

Por ser uma expressão tipicamente utilizada na região, o projeto Faro2027 adotou o termo “marafado” para exprimir a vontade de toda a equipa, e dos algarvios, em conquistar o título de Capital Europeia da Cultura.

A iniciativa, que teve lugar na Quinta da Associação de Proteção à Rapariga e à Família, em Faro, contou ainda com o testemunho de Klass Dijkstra, consultor para a comunicação do Faro2027 e um dos responsáveis pela vítoria da cidade holandesa de Leeuwarden a Capital Europeia da Cultura, em 2018.

A verba disponível para a candidatura vencedora será de 25 milhões de euros, segundo o anuncio feito pela Ministra da Cultura, Graça Fonseca, em outubro.

Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Guarda, Oeiras e Viana do Castelo são, para já, as cidades que manifestaram interesse na candidatura à CEC2027, que decorrerá em simultâneo em Portugal e na Letónia.

A escolha da cidade vencedora será feita por um júri, composto por dez peritos independentes, nomeados por instituições europeias, e para o qual Portugal escolherá dois elementos entre janeiro e junho do próximo ano. Em 2023, será anunciada a vencedora.

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