A Justiça do Egito deve divulgar este sábado (2) a sentença para o ex-presidente Hosni Mubarak, que governou o país quase 30 anos e responde por crimes de corrupção e responsabilidade em mais de 800 mortes. Aos 84 anos, Mubarak sofre graves problemas de saúde e deve comparecer no tribunal, no Cairo, numa maca, como ocorreu em ocasiões anteriores. Qualquer que seja a decisão da Justiça, ainda há possibilidade de recurso.
Em 11 de fevereiro de 2011, Mubarak renunciou depois de mais de duas semanas de protestos. Ele, os filhos Gamal e Alaa, além de colaboradores, são acusados de crimes de corrupção e desvio de verbas públicas. Mubarak está detido num hospital militar. Além de problemas cardíacos, há informações de que ele sofre de cancro e depressão. Os filhos estão presos preventivamente.
A sentença proferida contra o ex-presidente deve ser agravada pela acusação de ser um dos responsáveis pelas mortes de 800 pessoas envolvidas nas manifestações que levaram à sua renúncia. O Ministério Público quer a imposição de pena de morte contra Mubarak, alegando que há provas.
O veredito ocorre nas vésperas da segunda volta das eleições presidenciais no Egito, as primeiras depois de 60 anos de governos autoritários no país. Os candidatos que disputam o cargo são Mohammed Morsi, que representa a Irmandade Muçulmana e simpatizantes, e Ahmad Chafiq, ex-primeiro-ministro de Mubarak que conta com o apoio de parte da comunidade cristã.
