A capital algarvia recebeu o Fórum Climático: da Europa ao Algarve promovido pelo Grupo Parlamentar Europeu do Bloco de Esquerda, na Universidade do Algarve no passado sábado, dia 7.
Foram 15 os oradores, entre investigadores e ativistas, que durante um dia se debruçaram sobre alguns dos temas que mais preocupam a população: oceano, seca, água e dessalinização, energia e empregos para o clima.
No Fórum Climático, a interação entre o público e os oradores, que apresentaram dados concretos sobre o estado da região, “realçou as preocupações dos residentes”, refere a organização Algarve em comunicado.
“Dadas as especificidades da região, cujos contornos são vastamente falados, nomeadamente, no que se refere à agricultura e ao aumento da necessidade de água durante o período em que a população quadruplica, durante a algarvia, puderam-se ouvir no debate possíveis soluções, para estes problemas que afetam o distrito”, pode ler-se.
A utilização doméstica de fontes de energia renovável, como a solar, para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as emissões de gases de efeito estufa, foi um dos painéis mais participados, “pelo número crescente de centrais que proliferam e pelo domínio dos grandes grupos empresariais”, detalha.
A bióloga Ângela Pinto, guia turística em Portimão, falou sobre conservação dos oceanos e a responsabilidade das empresas turísticas na sua preservação, num painel composto também por Paulo Relvas, investigador na UAlg e Ana Matias, em representação da SCIAENA.
Discutiram-se possíveis soluções para a falta de água, como a dessalinização, o uso de técnicas de irrigação mais eficientes e a construção de barragens e reservatórios para armazenar água, num painel apresentado pelos investigadores da UAlg, Manuela Moreira da Silva e Luís Madeira. Foram discutidas ainda medidas de gestão da água, tal como, a aferição de perdas na rede pública de abastecimento e também a implementação de sistemas de reutilização e reciclagem, além do incentivo ao consumo consciente e à preservação dos recursos hídricos.
O eurodeputado José Gusmão deixou claro “que a solução para os problemas climáticos exige uma ação coletiva global, desde o nível individual até ao governamental” e salientou que é preciso “um esforço conjunto para implementar mudanças significativas que possam proteger nosso planeta e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações”.
O primeiro painel da tarde foi direcionado para os jovens pela importância da diversidade de novos empregos relacionados com o clima, energia renovável e a conservação do meio ambiente. Manuel Afonso ressalvou “a importância de se promover uma transição para uma economia mais sustentável, que possa gerar empregos e ao mesmo tempo reduzir as emissões de gases de efeito estufa”.
No Fórum Climático no Algarve, o eurodeputado destacou ainda a necessidade de “ação imediata” para enfrentar as questões relacionadas ao clima e Marisa Matias mostrou, por sua vez, algum “desagrado relativamente à dificuldade de acesso aos apoios europeus no interior algarvio, onde a construção é bastante antiga e não existe possibilidade de investimento dos proprietários”. A eurodeputada acredita que “uma abordagem coletiva é fundamental para garantir um futuro sustentável não só para as próximas gerações, mas também para garantir melhores condições e conforto da população mais envelhecida”.
