Com o título Perfil assistencial do Hospital Central do Algarve vai ser revisto, que o Jornal do Algarve, chama à capa da sua última edição [22 de Fevereiro de 2024] e onde abaixo do título podemos ler: «O Ministério da Saúde aprovou a revisão daquilo que é a definição das áreas de atividade e das valências e especialidades obrigatoriamente disponibilizadas pelo futuro estabelecimento hospitalar, o Hospital Central do Algarve, 16 anos depois volta à ordem do dia. Vamos a ver se desta vez é que é…que com uma informação mais consistente, seria de facto um grande momento para a campanha do PS, no Algarve.
Mas é na página 7 que vamos encontrar referências mais claras sobre os objetivos do Ministério da Saúde, o nosso Jornal:
«O Ministério da Saúde determinou a aprovação da revisão do perfil assistencial e dimensionamento do novo Hospital Central do Algarve, segundo um despacho publicado esta semana em Diário da República»
Se regressarmos a 8 de Maio de 2008, quando o Jornal do Algarve chamava à capa: Primeiro-Ministro Garantiu ser uma obra absolutamente urgente, com o título: Sócrates lançou concurso para o Hospital Central do Algarve, o que agora chamam de Perfil assistencial do Hospital Central do Algarve vai ser revisto, esta é uma não notícia, diga-se que chega a todos nós, no sensível período de campanha eleitoral, como se a decisão de um Hospital Central, tantas vezes sinalizado em campanhas eleitorais, em todos os roteiros partidários, a sua construção fosse tão fácil, como a sua impressão na imprensa ou escritos em papéis, para um mês depois serem atirados para o lixo…
«Entrada em funcionamento em 2013»
Dizia-se então em 2008: «O Hospital Central do Algarve (HCA) conheceu um novo avanço no passado sábado, dia 3, com o lançamento do concurso publico. Um concurso que foi lançado oficialmente, com José Sócrates, então Primeiro-Ministro, a 3 de Maio de 2008, a garantir: – Não é apenas um novo, mas um novo hospital…uma obra absolutamente urgente, essencial à saúde, mas também à economia regional.
E mais adiante afirmava: – Os hospitais não se compram em supermercados…
Por essa altura, de acordo com as informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, a construção do hospital vai implicar um investimento directo na ordem dos 267 milhões de euros até 2013, altura em que deverá entrar em funcionamento.
Lançado sob a forma de parceria público-privado de modelo infra-estrutural, o HCA deverá começar a tomar forma física em 2009.
Admitindo que o processo do hospital foi despoletado em 2003, a Ministra da Saúde (Ana Jorge) admitiu que se tratou de um processo exaustivo, contudo, está convicta «que irá trazer mais capacidade hospitalar, melhor resposta e mais inovação na prestação de cuidados de saúde no Algarve».
Durante a sua intervenção Ana Jorge aproveitou ainda para referir que o actual Hospital Central de Faro irá ser adaptado para novas finalidades e serviços de saúde para a região, após a entrada em funcionamento do HCA. «No “velho” hospital iremos contar, no âmbito dos cuidados de saúde primários de proximidade, com uma unidade de saúde familiar, uma unidade de cuidados continuados e um projecto ímpar de Residência Assistida para Idosos», explicou».
Satisfeitos com mais este avanço no processo do Hospital Central do Algarve, os autarcas farense e louletano, responsáveis pela cedência do terreno onde o edifício vai ser instalado, lembraram o esforço que realizaram para que o hospital fosse uma realidade.Na qualidade de presidente da câmara de Loulé e membro da Associação de Municípios Loulé-Faro, Seruca Emídio afirmou que esta cerimónia foi um ponto de viragem para a região, um ponto de viragem essencial para o colmatar de assimetrias ainda existentes na região e a Sul do país no que toca ao acesso a cuidados de saúde.
Nesta reportagem assinada para o Jornal do Algarve, por S.C.S (Sofia Cavaco Silva), ainda se pode ler o que iria ser por essa altura o Hospital Central do Algarve
Hospital Central do Algarve
Entrada em funcionamento em 2003; – Localização: Parque das Cidades (Loulé/Faro)
Área a construir: 124,666 m2 para edifício hospitalar e 43.875m2 para o parque de estacionamento; – Lotação: 549 camas, 15 cuidados paliativos; – Valências: 10 salas operatórias, 46 gabinetes de consulta externa e 43 postos de hospital de dia; – Novas especialidades: angiologia, cirurgia vascular, cirurgia pediátrica, endocrinologia e nutrição, genética médica, medicina nuclear, neurorradiologia, radioterapia e nefrologia.
Custos: 190 milhões de euros destinados à construção e equipamentos gerais. Investimento total directo de 250 milhões de euros.
Passaram 16 anos. Vamos a ver se desta vez é que é…
Entretanto, na nossa edição da semana passada, de 22 de Fevereiro de 2024, portando 16 anos depois, a esperança volta a renascer, ou a renascer outra vez, sobre o Hospital Central do Algarve, o que de facto, ainda que muito, muito tardiamente, é sempre UMA GRANDE NOTÍCIA e só temos de esperar para sabermos se desta vez é que é…
Escreve agora o Jornal do Algarve, que o Ministério da Saúde determinou a aprovação da revisão do perfil assistencial e dimensionamento do novo Hospital Central do Algarve e em cujo despacho publicado em Diário da República, se pode ler:
Despacho n.º 1661/2024
«O Despacho n.º 11568-A/2022, de 1 de agosto, da Ministra da Saúde e do Secretário de Estado do Tesouro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 189, de 29 de setembro de 2022, pôs termo ao procedimento prévio para a celebração da parceria público-privada relativa ao contrato de gestão do Hospital Central do Algarve, aprovado pelo Despacho n.º 12498-A/2008, de 29 de abril, do Ministro de Estado e das Finanças e da Ministra da Saúde, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 85, de 2 de maio de 2008, por não se encontrarem reunidas as condições necessárias à prossecução do concurso. Em concreto, revela-se imperativa a revisão do respetivo programa funcional, de forma a adequá-lo ao estado de arte em matéria de prestação de cuidados hospitalares no que respeita ao seu dimensionamento e perfil assistencial.
Posteriormente, a Resolução do Conselho de Ministros 107/2022, de 9 de novembro, determinou a adoção do processo de estudo e preparação do lançamento de uma nova parceria público-privada para a construção e equipamento do edifício do novo Hospital Central do Algarve
Para este efeito, o Despacho n.º 4538/2023, de 14 de abril, do coordenador da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos criou uma Equipa de Projeto, com vista ao estudo e preparação do lançamento de uma nova parceria para a construção do Novo Hospital Central do Algarve (NHCA), cujas conclusões constam do documento «Revisão do Perfil Assistencial e Dimensionamento».
Tendo por referência um conjunto alargado de informação demográfica e assistencial no âmbito da população a servir pelo Novo Hospital Central do Algarve, bem como os elementos constantes de estudo anterior, foi efetuada uma revisão e reformulação da área de influência, do perfil assistencial, da projeção de atividade e dos requisitos de dimensionamento do projeto, com base nas atuais necessidades de saúde da população e perspetivas de evolução.
Esta revisão valorizou a intensificação da ambulatorização da atividade cirúrgica, e o significativo alargamento da incorporação e renovação tecnológica. Ao mesmo tempo, a experiência entretanto acumulada no conjunto dos hospitais públicos aconselhou também a revisão do perfil assistencial em regime de internamento, com aumento do número de camas, dando resposta também ao aumento da duração média dos internamentos médicos, resultado do aumento da longevidade, da complexidade das patologias e das situações de múltiplas comorbilidades graves.
O perfil funcional e dimensionamento propostos preveem como requisitos mínimos de capacidade um total de 742 camas. Inclui-se nesta dimensão 619 camas de internamento convencional, 36 camas de internamento em psiquiatria, 10 camas de internamento em psiquiatria da infância e da adolescência, a que se somam 77 camas de internamentos especiais (39 de medicina intensiva de adultos, 6 de medicina intensiva de pediatria, 6 da unidade de cuidados intensivos de cardiologia, 9 da unidade de AVC e 17 dos cuidados de neonatologia).
São ainda considerados a hospitalização domiciliária, os cuidados paliativos, um total de 18 salas de bloco operatório, 74 gabinetes de consulta, o bloco de partos com 10 quartos e os diversos hospitais de dia.
Finalmente, o equipamento prevê 3 aparelhos de TAC, 3 aparelhos de ressonância magnética nuclear, 3 angiógrafos, 1 PET/CT, 1 câmara gama, 2 aceleradores lineares e 1 equipamento de braquiterapia. Serão ainda previstos espaços de reserva para adicionar novos equipamentos das diferentes tipologias.
Recebida a proposta de «Revisão do Perfil Assistencial e Dimensionamento», foi promovida a audição da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, I. P., da Administração Central do Serviço de Saúde, I. P., da Administração Regional de Saúde do Algarve, I. P., e a do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Algarve, E. P. E., que manifestaram concordância com o dimensionamento final apresentado para o Novo Hospital Central do Algarve, considerando que as estimativas de atividade e de funcionamento assumidos para cada linha de produção se encontram devidamente justificados e refletem a projeção da evolução da população nas diferentes faixas etárias e consequente aumento da necessidade de prestação de cuidados de saúde.
A construção e entrada em funcionamento do novo Hospital Central do Algarve assumem enorme importância e urgência para a população da região do Algarve, devendo o processo tramitar com a maior brevidade, o que impõe a adoção imediata das medidas necessárias ao prosseguimento dos trabalhos.
Assim, ao abrigo do artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 32/2022, de 9 de maio, na sua redação atual, o Ministro da Saúde determina o seguinte:
1 – A aprovação do teor e conclusões constantes do documento «Revisão do Perfil Assistencial e Dimensionamento» de novembro de 2023, proposto pela Equipa de Projeto criada pelo Despacho n.º 4538/2023, de 14 de abril.
2 – A elaboração do programa funcional do Novo Hospital Central do Algarve, tendo por base os pressupostos do documento referido no número anterior, a apresentar à tutela pela Equipa de Projeto, durante a primeira quinzena de fevereiro de 2024.
3 – O presente despacho entra em vigor e produz efeitos no dia seguinte ao da sua publicação.
2 de fevereiro de 2023. – O Ministro da Saúde, Manuel Francisco Pizarro de Sampaio e Castro.»
16 anos depois, o que poderia ser uma não notícia, acaba por ser UMA GRANDE NOTÍCIA…
0 Algarve tem sido descriminado nas políticas nacionais dos sucessivos Governos. No que respeita ao Hospital Central do Algarve os políticos responsáveis na área da saúde deviam ter vergonha,pois em 16 anos não fizeram nada para que está obra se realizasse. Deviam pelo menos pedir desculpa ao Algarvios. A vitória do CHEGA é elucidativa desta situação.