Afinal, o processo de destituição de Dilma Rousseff deve continuar e deve ser votado no Senado dentro de dois dias. Pelo menos é isto que Renan Calheiros, presidente do Senado Federal do Brasil, quer fazer. O senador anunciou que vai ignorar a decisão de Waldir Maranhão, que esta segunda-feira anulou a votação da Câmara dos Deputados (realizada a 17 de abril e que aprovou a continuidade do processo de impeachment).
Após anunciar que não aceita a argumentação de Maranhão, Calheiros considerou a anulação da votação da Câmara dos deputados como “absolutamente intempestiva” e confirmou que dará seguimento à leitura parecer aprovado na Comissão do Impeachment na semana passada, que recomenda o afastamento da presidente Dilma Rousseff.
O presidente interino da câmara baixa do Parlamento aceitou o pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa da Presidente e decidiu anular a votação de 17 de abril. Na altura, com declarações de voto por Deus e a família até ao elogio do torturador de Dilma, uma maioria de 367 deputados aprovou o envio para o Senado da destituição de Dilma.
A votação do processo está marcada para esta quarta-feira em plenário e caso uma maioria simples dos 81 senadores o aprove, a Presidente será automaticamente suspensa de funções por seis meses e substituída pelo vice-presidente Michel Temer.
Waldir Maranhão tem uma conferência de imprensa marcada para as 18h (22h em Lisboa), para justificar os motivos que o levaram a anular votação da Câmara dos Deputados.
Marta Gonçalves (Rede Expresso)