Importância e futuro do Sapal em debate em Castro Marim

Foi ainda apresentado o Modelo de Cogestão da Área Protegida do Sapal

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Uma sessão pública que decorreu no auditório da Biblioteca Municipal de Castro Marim na terça-feira de manhã, dia 17 de janeiro, colocou em debate a importância e o futuro da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e de Vila Real de Santo António.

A iniciativa intitulada “Porque todos queremos uma reserva viva” começou com uma intervenção do presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, que alertou para a necessidade de criar ações de sensibilização para com a reserva na população e de “rentabilizar e criar riqueza”.

Foto D. R. – Gonçalo Dourado

De seguida foi apresentado o Modelo de Cogestão da Área Protegida do Sapal por Vanda Silva, cogestora da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), que tem como objetivo “imprimir uma dinâmica de gestão de proximidade, em que diferentes entidades colocam ao serviço da área protegida o que de melhor têm para oferecer no quadro das suas competências e atribuições”, através de uma gestão participativa, colaborativa e articulada.

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Esta cogestão tem uma comissão de gestão da área protegida, que no caso do Sapal é presidida atualmente por Francisco Amaral, mas composta também pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Álvaro Araújo e entidades como Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Universidade do Algarve, Associação de Defesa do Património de Mértola, Terras de Sal, Odiana e Associação Naval do Guadiana.

Após intervenção de uma representando do ICNF e de Miguel Silveira, da Cooperativa Terras de Sal, os participantes nesta sessão pública foram divididos em três grupos de discussão.

Cada grupo escolheu os pontos positivos e as propostas para melhorar a Reserva do Sapal, que apresentou às entidades presentes.

O primeiro grupo destacou a dificuldade em “perceber o que é ou não é” parte da reserva, a falta de regras de utilização, sinalização e de recursos humanos, a necessidade de colocar limites de utilização por época, a degradação dos caminhos junto às salinas, o excesso de velocidade praticado pelos automobilistas e ainda a utilização de maquinaria pesada.

Como propostas, este grupo gostaria de promover a atividade física, o contacto com a natureza e o birdwatching, a criação de percursos de bicicleta desde Vila Real de Santo António, o desenvolvimento de produtos inovadores e investigação científica.

O segundo grupo alertou para os caminhos que devem ser melhorados, a sinalética pouco visível e a falta de estacionamento na zona do Cerro do Bufo, além da existência de agricultura intensiva, pombais não compatíveis com a reserva, falta de rede de internet, necessidade de casas de banho sustentáveis, existência de poluição como lixo e resíduos, falta de rede de transportes, de informações de segurança e de formação aos novos salineiros, a necessidade de promover visitas às salinas e de educação ambiental nas escolas e a formação de vigilantes.

Já o terceiro grupo salientou que a reserva do Sapal tem a “vantagem de ser pequena” e sugeriu que se poderia “adaptar a maquinaria pesada” com veículos elétricos, por exemplo.

Um dos elementos deste grupo alertou ainda para o desaparecimento de espécies de aves da reserva do Sapal, como é o caso do sisão, que deixou de existir devido a uma plantação de abacates. Já a cotovia, “que só existia em Castro Marim, está a regredir”.

Este grupo destacou ainda a falta de recursos financeiros e a necessidade de promover o sal tradicional, a criação de programas de voluntariado, ações de limpeza e de um banco de projetos que as empresas possam apadrinhar.

Após a partilha dos resultados, decorreu um debate sobre as ideias, concluindo que deve haver um limite no turismo no Sapal, como um “equilíbrio”.

Para terminar, Francisco Amaral admitiu ter estado muito atento a todas as propostas, tendo apontado algumas delas, que serão posteriormente analisadas.

A próxima sessão pública vai decorrer no dia 24 de janeiro, pelas 10:30, na Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.

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