Inquérito alimentar chega a Albufeira e São Brás de Alportel

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O estudo vai permitir analisar diferenças e semelhanças entre as diferentes regiões do país, ao nível da alimentação e da atividade física

Pela primeira vez desde 1980, está a ser realizado em Portugal um Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF) com a missão de recolher dados sobre o consumo alimentar e sobre a atividade física dos portugueses, estabelecendo a sua relação com determinantes em saúde, nomeadamente os socioeconómicos.

Depois de passar por Lagos, em fevereiro, e Tavira, em maio, o estudo chegou agora a Albufeira e São Brás de Alportel, onde serão avaliados utentes das respetivas Unidades de Cuidados de Saúde Primários (UCSP).

“Este estudo permitirá analisar diferenças e semelhanças entre as diferentes regiões do país, o que permitirá o desenvolvimento de ações de melhoria da saúde das populações também ao nível local”, referem os promotores.

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Realizado por um consórcio de investigadores nacionais e estrangeiros, coordenados pela Universidade do Porto, este estudo irá avaliar os hábitos alimentares e a condição física de 5.000 indivíduos com idades compreendidas entre os três meses e os 84 anos, residentes em todas as regiões do país, selecionados a partir do registo de utentes do Serviço Nacional de Saúde.

“Os resultados do inquérito permitirão colmatar a falta de informação harmonizada sobre o consumo e os hábitos alimentares dos portugueses, permitindo, pela primeira vez em várias décadas, desenvolver políticas nutricionais favorecedoras da melhoria da saúde da população com base em dados concretos sobre os hábitos de consumo dos portugueses”, frisam os responsáveis.

O que comem os algarvios?

Os objetivos específicos deste inquérito nacional passam pela avaliação do consumo alimentar. Na região algarvia, os técnicos vão avaliar especificamente o consumo alimentar, nomeadamente “alimentos, nutrientes, suplementos alimentares/nutricionais e outros comportamentos alimentares de risco; contaminantes alimentares e riscos biológicos; e insegurança alimentar; bem como a avaliação dos níveis de atividade física”.

Os resultados e as respetivas conclusões só serão divulgadas no primeiro trimestre de 2017.

Segundo os inquéritos às despesas das famílias, efetuados entre 1980 e 2010 pelo Instituto Nacional de Estatística, fica claro que nos últimos anos a crise obrigou os algarvios a recorrem a produtos básicos e mais baratos. Um dos dados com maior relevância é o enorme aumento do consumo de carne e dos produtos lácteos. E outra das tendências que surgem claramente nos números do INE é o baixo consumo de leguminosas (grão, feijão, favas, lentilhas, ervilhas), apesar de serem produtos mais baratos e com vantagens do ponto de vista nutricional.

O INE sublinha assim o acentuar “dos desequilíbrios na dieta alimentar portuguesa”, evidenciando o “excesso de calorias e gorduras saturadas, disponibilidades deficitárias em frutos, hortícolas e leguminosas secas e recurso excessivo aos grupos alimentares de carne, pescado e ovos, e de óleos e gorduras”.

Para os investigadores, a realização deste inquérito de âmbito nacional – mas que também permitirá a comparação com outros países europeus – é assim de “extrema importância”, porque a partir dele poderão desenhar-se políticas adequadas.

NC/JA

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