O ex-autarca de Faro José Vitorino (PSD) negou hoje que tenha contraído empréstimos de 20 milhões de euros durante o seu mandato (2002-2005), em reposta a acusações do atual presidente de câmara sobre o endividamento da autarquia.
“As declarações do engenheiro Macário Correia tentando envolver o doutor José Vitorino na penalização da Câmara de Faro em 7,6 milhões de euros são um ato de manipulação e calúnia para manchar a sua honra e bom nome e do movimento Com Faro no Coração (CFC)”, lê-se numa nota de imprensa enviada hoje à comunicação social.
Em entrevista à Lusa, o presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, disse quinta feira que muitos dos problemas financeiros da autarquia remontam ao mandato de José Vitorino, anos em foram contraídos empréstimos a prazo de “quase 20 milhões de euros” e cujos juros estão a ser pagos.
A Câmara de Faro ultrapassou o limite de endividamento em 2008 em mais de sete milhões de euros, tendo o presidente da autarquia Macário Correia assumido a necessidade de um empréstimo de “50 milhões de euros da banca”.
O ex-autarca de Faro, José Vitorino, vem, por seu turno, afirmar que as declarações de Macário Correia são um “ato de desonestidade política” e explica que “nos anos do seu mandato – 2002 a 2005-, nunca o limite do endividamento foi ultrapassado”.
Vitorino adianta que a penalização da Câmara em 7,6 milhões de euros resulta duma infração “cometida em 2008”, atirando as culpas para o mandato socialista de José Apolinário.
“A verdade é a seguinte: concluído o mandato, cerca de 78 por cento dos empréstimos respeitavam a contratos e compromissos assumidos pela autarquia antes da sua eleição, por exemplo para o Parque das Cidades/Estádio. Decididos pelo seu executivo, apenas foram contraídos pouco mais de nove milhões de euros, nomeadamente para o teatro, escolas, estradas”, lê-se no comunicado.
Faro é a única capital de distrito a integrar a lista de 17 autarquias notificadas até agora por despachos conjuntos dos secretários de Estado Adjunto e do Orçamento e da Administração Local, publicados quarta feira e quinta feira em Diário da República por ultrapassarem o limite de endividamento líquido em 2008.