Juros ‘nervosos’ no dia previsto para ‘regresso aos mercados’

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Os juros das obrigações de longo estão a subir em relação ao fecho de sexta-feira. Grécia acompanha Portugal na subida de juros.

As yields das obrigações do Tesouro (OT) estão a subir no mercado secundário. No prazo a dez anos, subiram de 7,15%, no fecho de sexta-feira, para 7,22%, pelas 12h30 de hoje, segundo dados da Investing.com.

A variação durante a manhã registou-se entre um mínimo de 7,17% e um máximo de 7,27%. Também, as yields das OT a dois e a cinco anos subiram em relação ao fecho de sexta-feira.

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O mesmo “nervosismo” só se verifica nas rentabilidades das obrigações gregas a dez anos que subiram, no período referido, de 10,27% para 10,39%.

O prémio de risco da dívida portuguesa e da dívida grega em relação à alemã subiu ligeiramente durante a manhã, segundo dados da Datosmacro.com. No caso português, de 5,2 para 5,29 pontos percentuais entre o fecho de dia 20 de setembro e as 12h30 de hoje. No caso grego, um pouco mais acentuado, de 8,32 para 8,43 pontos percentuais. A subida do prémio de risco não foi maior nos dois casos porque as yields das Bunds – designação das obrigações alemãs – a 10 anos subiram de 1,95% para 1,97%.

A manutenção das yields das OT a dez anos acima de 7% desde 6 de setembro ocorre no mês que tinha sido considerado, em 2011, como o de “regresso normal aos mercados” obrigacionistas, com o início de emissões regulares com vista a um financiamento “normal” no mercado primário das necessidades do estado português.

O dia 23 de setembro de 2013 foi, inclusive, apontado pelo então ministro das Finanças, Vítor Gaspar, como o momento chave dessa “normalidade”. Na realidade, o dia 23 acabou por ser, apenas, o dia de amortização da OT de 1998.

Irlanda destaca-se pela positiva e Portugal e Grécia pela negativa

Como referia ontem o “The Wall Street Journal” na sua edição digital, na sequência da vitória da chanceler Merkel nas eleições legislativas na Alemanha, ainda que sem maioria absoluta, Portugal surge, agora, “no topo da lista dos problemas urgentes”, chegando o jornal norte-americano a titular que “Portugal pode estar a cozinhar uma tempestade”.

Nos casos das obrigações espanholas, italianas e irlandesas, a trajetória das yields no prazo a dez anos foi durante a manhã descendente. No caso da Irlanda, as yields dos títulos a dez anos estão em 3,86% e o prémio de risco em 1,89 pontos percentuais. São os níveis mais baixos no grupo dos países “periféricos”, indicando, segundo os analistas, uma alta probabilidade de um regresso “normal” aos mercados obrigacionistas por parte do Tesouro irlandês.

Na sexta-feira, a agência de notação Moody’s melhorou a perspectiva da Irlanda de negativa para estável, mas, ainda, não reviu em alta a notação de dívida especulativa (vulgo “lixo financeiro”) que atribui à dívida irlandesa.

As situações portuguesa e grega continuam a ser consideradas as mais preocupantes. A degradação da situação da dívida portuguesa no mercado secundário foi a maior nos últimos trinta dias entre as 15 economias com yields dos títulos do Tesouro mais elevadas no mundo.

Jorge Nascimento Rodrigues (Rede Expresso)
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