A tomada do edifício do governo regional de Lugansk, ao final do dia de terça-feira, por uma multidão de pró-russos, tornou-se símbolo da incapacidade do Governo de Kiev em controlar a zona leste da Ucrânia. A confirmar o descontrolo, Donetsk tem agendado para maio o referendo no qual pretende declarar a sua independência.
Cerca de 3000 ativistas, muitos dos quais usando máscaras e uniformes militares, invadiram o edifício oficial do governo da cidade, que deveria ter sido defendido pelas forças policiais, que não agiram de acordo com a expectativa. Não foi a primeira vez que as forças da ordem o fizeram: as instalações dos serviços secretos de Lugansk foram tomados nas mesmas condições e apoiantes da “República Popular de Donetsk” já haviam ocupado uma série de câmaras municipais e esquadras de polícia na região.
Segundo noticia o site do diário britânico “The Guardian”, uma unidade armada da Crimeia, liderada por um alegado coronel russo, estabeleceu a capital militar “de facto” na cidade de Slaviansk.
Forças policiais coniventes com ativistas pró-Rússia
“A maioria das forças de exercício da lei no leste do país não conseguem cumprir a sua obrigação de proteger os nossos cidadãos”, declarou na terça-feira o Presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov.
A reação dos Estados Unidos foi declarada pelo secretário de Estado. John Kerry classificoua os acontecimentos de “chamada de atenção” e apelou à Rússia para que “deixasse a Ucrânia em paz”, ao mesmo tempo que avisou que a NATO não aceitaria o redesenho da fronteira de segurança da região pela Rússia.
Na segunda-feira, um contingente de polícia de choque equipada para combate olhou passivamente enquanto um grupo de ativistas pró-Rússia espancou brutalmente manifestantes numa concentração pró-unidade em Donetsk. Dos confrontos, onde os manifestantes foram espancados com barras de ferro, resultaram dois feridos em estado grave e 14 outros foram hospitalizados. Houve ainda o rapto de cinco elementos do clube de futebol local, que tinha feito um cordão de segurança na frente da manifestação, acabando por serem libertados na terça-feira.
As forças policiais de Slaviansk chegaram a declarar a sua solidariedade com os atiradores responsáveis pela detenção de 40 pessoas, incluindo os sete observadores militares da OSCE: “Kiev começou tudo isto ao prender os nossos ativistas. Eles estão apenas a defender os seus direitos” em Slaviansk.
RE