A rainha Beatriz da Holanda encarregou esta noite o liberal Mark Rutte de formar um governo minoritário com o partido cristão democrata, apoiado pelo partido anti-islão de Geert Wilders.
Em comunicado, o serviço de imprensa do governo informou que “a rainha recebeu Rutte esta noite no seu palácio” e que o encarregou “de formar um governo assim que possível”.
O próprio Rutte, de 43 anos, que se deve tornar no novo primeiro ministro holandês, anunciara pessoalmente a notícia pouco antes das 00:00 locais (23:00 de Lisboa), à saída de uma reunião de mais de três horas com a rainha, que exerce a chefia do Estado, em Haia.
Um acordo para uma coligação governamental minoritária entre o partido liberal (VVD) e o partido cristão democrata (CDA), apoiada pelo partido da liberdade (PVV), de Geert Wilders, foi concluído a 28 de setembro pelos chefes dos três partidos.
Os liberais de Mark Rutte, que venceram as eleições legislativas antecipadas de 09 de junho, e os cristãos democratas só dispõem de 52 dos 150 lugares que compõem o parlamento.
Tiveram assim de se aliar aos 24 deputados de Wilders para assegurar uma maioria parlamentar de 76 lugares.
O partido de Wilders comprometeu-se em apoiar o futuro governo e, em troca, obteve a participação na elaboração do seu programa, que prevê designadamente uma redução das despesas públicas em 18 mil milhões de euros até 2015 e um endurecimento da legislação sobre imigração.
O PVV, que afirma estar a conduzir uma cruzada contra a islamização da Holanda, foi o grande vencedor das eleições legislativas, que se saldaram por uma curta vitória dos liberais (31 deputados) sobre os trabalhistas do PvdA (30 lugares).
O CDA foi o grande derrotado, ao baixar a sua representação parlamentar de 41 para 21 deputados.
As eleições legislativas foram antecipadas após a queda do governo de coligação de centro-esquerda, vítima das suas dissensões sobre a manutenção dos militares holandeses no Afeganistão.
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