No 6.º ano, o 25 de abril de 1974 é um dos conteúdos programáticos da disciplina de História e Geografia de Portugal, o que permite às crianças começarem desde muito cedo a ouvir falar deste assunto. No ano em que se celebram os 50 anos da Revolução dos Cravos, este acontecimento passa a ter ainda mais relevância, marcando a cultura, a política e a educação portuguesa.
Em Vila Real de Santo António, na Escola EB 2,3 D. José I, esta data histórica vai além das salas de aula, sendo fonte de inspiração para muitos poemas, desenhos e outros trabalhos que vão sendo expostos na biblioteca e nos corredores da escola. Predomina o verde e o vermelho, florescem cravos feitos de papel e destacam-se palavras como a “Liberdade”.
É neste ambiente que as crianças vão caminhando e conversando, livremente, antes de entrarem em sala de aula.
O JA foi ao encontro de 55 jovens de três turmas diferentes, duas de sexto e uma de sétimo.
Para a maioria das crianças, as palavras que mais bem expressam o significado do 25 de abril são “Liberdade”, “Cravos” e “Paz”, enquanto que para Santiago Gonçalves do sexto ano, a “Música” é a palavra que melhor reflete esta data, pois “houve muitas músicas de intervenção”.
Uma ditadura não seria bem-vinda
Entre outras palavras, a “Democracia” e a “Ditadura” foram também destacadas pelos alunos. Ao ouvirem as estórias dos seus avós e ao aprenderem como era a infância antes de 1974, entendem o quão difícil seria viver antes do 25 de abril. Esta geração, apesar de não ter vivido num regime ditatorial, sente-se mais confortável em viver num país democrático.
A censura e as restrições foram refletidas por uma das turmas de sexto ano. Maria Fernandes revela, “Eu não gostaria, porque teríamos muitas regras e restrições”. Em concordância, com a sua colega, Melina, da mesma turma, sentir-se-ia injustiçada com as regras e ainda com “a maneira com que nos podiam tratar e falar”. Sem medos e colocando-se na pele de quem viveu naquele tempo, diz “eu faria o que eles fizeram”: a revolução. Da mesma turma, Santiago Gonçalves apercebe-se da insegurança de voltar a haver alguma ditadura e “provavelmente as músicas do 25 de abril e outras coisas ...
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