Lota de Quarteira abriu esta terça-feira mas peixe não foi vendido devido a protesto

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O edifício novo da lota de Quarteira abriu esta terça-feira mas o pescado não foi leiloado porque os compradores credenciados não adquiriram nenhum peixe, como forma de luta contra as normas comunitárias impostas.

“Entre 200 a 300 caixas de pescado – o que corresponde a mais de 2500 quilos de peixe – foram transportadas para outras lotas algarvias e não houve leilão às 06:00 na lota de Quarteira”, disse à Lusa Hélder Rita, responsável pela Associação de Armadores e Pescadores de Quarteira (Quarpesca) com 150 associados, e que está a servir de intermediário entre a Docapesca e os compradores credenciados.

Os compradores credenciados uniram-se e decidiram que não adquiririam nenhum peixe. Uma forma de luta contra algumas das condições impostas pela Docapesca (entidade que gere e regula a primeira venda do pescado), que, por sua vez, se rege também por diretivas comunitárias.

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“Os compradores querem ver e mexer no peixe antes de o comprarem e as novas regras comunitárias relacionadas com as normas de higiene e segurança não o permite”, referiu Hélder Rita, que destacou esta como uma das principais reivindicações dos compradores credenciados.

Uma comissão dos compradores credenciados e a representante da Docapesca do sul estiveram hoje reunidos e, depois de cedências de ambos as partes, ficou decidido que o leilão se poderia realizar na quarta feira na nova lota de Quarteira.

Em entrevista à Lusa, Helena Cardoso, responsável pelas lotas do sul de Portugal, explicou que o desfecho da reunião foi “positivo”, porque os compradores já iam poder ver o peixe antes de o comprarem, contudo desde que equipados com “botas, bata e chapéu”.

“As normas que os compradores criticam estão relacionadas com a segurança alimentar e nós não podemos pôr em causa a saúde pública”, explicou Helena Cardoso, referindo que tocar no peixe antes de o comprar é que está “totalmente interdito”.

Os armadores e pescadores de Quarteira reivindicam há muito tempo a abertura da nova lota de Quarteira e em 2009, uma semana antes das eleições autárquicas de 11 de outubro, chegaram a ameaçar fazer greve caso o Instituto Portuário dos Transportes Marítimos (IPTM) e a Docapesca não abrissem a nova lota.

O edifício onde os armadores e pescadores armazenavam atualmente o pescado estava “velho” e “não tinha condições de armazenamento do peixe”, recordou Hélder Rita.

O peixe vendido na antiga lota de Quarteira seguia para os mercados de Faro, Loulé e Albufeira, mas também de Lisboa e restaurantes da região.

No primeiro semestre deste ano foram vendidas em Quarteira 972 toneladas de peixe, indicou o presidente da Quarpesca.

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