Macário Correia contra plano que «visa arrasar» baixa de Tavira

O ex-presidente critica «o motivo de uma consulta de oito dias sem divulgação» e diz-se estupefacto com o documento

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O ex-presidente da autarquia pronunciou-se, hoje, contra o “Plano de Mobilidade Sustentável da Cidade de Tavira” defendendo que «não faz sentido arrasar espaços públicos da memória da cidade para meter automóveis». Por sua vez, Ana Paula Martins, atual presidente, garante que não há nenhum plano aprovado.

Para o ex-autarca, «o documento visa arrasar Tavira. Destrói os 3 jardins e largos da Baixa (Coreto, Corredoura e Alagoa), promove o alcatroamento do único espaço aberto (Largo da Feira) e arrasa no pior local o espaço do Posto Agrário, além de outras propostas do domínio da tonteria», lê-se num email enviado às redações.

A polémica estalou esta sexta-feira, 15 de Março, depois da Câmara Municipal de Tavira ter anunciado, no dia anterior, que «o processo de consulta pública para o Plano de Mobilidade Sustentável da Cidade de Tavira (PMSCT)» estava a decorrer, apelando à participação da população até dia 21 de Março.

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O movimento de Cidadãos pelo CEAT e Hortas Urbanas de Tavira e a associação Ecotopia Activa, após análise do documento, acusaram o município de ter um plano de mobilidade que prevê «arrasar jardins da baixa de Tavira e rasgar uma estrada no Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT)».

Ana Paula Martins, presidente da autarquia, garantiu no entanto, em declarações à Lusa, que não há plano nenhum aprovado. Trata-se apenas de um «relatório com um conjunto de propostas para a melhoria da mobilidade e acessibilidade, que não vinculam o município», estando a ser recolhidos contributos para a versão final.

Macário Correia unindo-se ao movimento Cidadãos pelo CEAT e a Ecotopia Activa, critica «o motivo de uma consulta de oito dias sem divulgação», desafiando o atual executivo a «promover uma sessão pública com a dita empresa, devidamente divulgada, e onde sejam conferidos 5 minutos a quem queira falar. Eu inscrevo-me já e isso basta para envergonhar quem escreve coisas absurdas como as que se podem ler neste famoso plano», declarou.

«Tudo farei para defender a minha cidade desta louca destruição»

Macário Correia

Estupefacto com o teor do documento, disse também que «nem se sabe se é uma ideia de uma empresa ou se são ideias do Executivo para consulta» e que «percebe-se que o documento é escrito por defensores dos automóveis em todo o lado e antes das pessoas e da memória da cidade».

«Quem escreve o documento nunca se socorre em lado algum de contagens de trânsito (TMD) básicas em estudos deste tipo. Nem parece que na tal empresa algum dia, tenham falado com algum urbanista, paisagista, historiador ou alguém de uma cultura mediana», sublinhou.

Diz ainda que a empresa mostra «desconhecer o que se passa no mundo moderno em que a fruição do espaço público se deve fazer em função das pessoas e não dos carros. Andam 100 anos atrasados, voltando à época inicial do aparecimento do automóvel. Não faz sentido arrasar espaços públicos da memória da cidade para meter automóveis. Neste sentido, parece que se esqueceram de arrancar o anfiteatro da Praça da República e de lá voltar a fazer um parque de estacionamento. Os pressupostos estratégicos e filosóficos do dito Plano são uma absoluta contradição com o que se pensa e faz pelo Mundo fora. Não imaginava que se pudesse neste tempo gastar dinheiro dos nossos impostos para ter 98 páginas de texto de tão má qualidade».

«Tudo farei para defender a minha cidade desta louca destruição», remata no final do email.

A presidente da Câmara de Tavira considera que os estudos «sugerem medidas relevantes para melhorar as acessibilidades e mobilidade do concelho, nomeadamente as que foram apontadas pelo município”, como as bicicletas partilhadas e a sensibilização para a utilização dos transportes públicos. Aguardamos também que outras sugestões sejam apresentadas pela população durante esta consulta pública para que seja elaborado um documento final», que será submetido à aprovação da Assembleia Municipal, concluiu Ana Paula Martins.

Pode consultar aqui o plano e participar na discussão pública

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