Mais de metade dos CTT vendidos fora do país

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Privatização dos CTT foi um “enorme sucesso”, diz o secretário de Estado Sérgio Monteiro

A maioria do capital dos CTT ficou colocada no exterior, avançou esta terça-feira o secretário de Estado das Comunicações, Sérgio Monteiro. A privatização, assegurou, foi um “enorme sucesso”.

As ações dos CTT vão ser vendidas a 5,52 euros, no topo do intervalo de preço definido pelo Governo. O Estado vai encaixar 578 milhões de euros com a venda de 70% do capital.

“A maioria da procura veio do exterior. É um sinal de confiança”, disse Sérgio Monteiro. O governante não quis porém especificar quanto capital ficou em Portugal e quanto foi colocado no estrangeiro, remetendo a questão para o regulador do mercado. O Expresso apurou porém que apenas cerca de 30% da oferta destinada aos institucionais terá sido canalizada para os investidores portugueses, os restantes cerca de 70% ficaram nas mãos de investidores estrangeiros. A escolha dos investidores, admitiu, foi feita pelo governo, após indicação dos bancos de investimento.

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O enorme interesse verificado tanto por parte dos investidores institucionais como de retalho na privatização dos CTT traduz um novo ciclo de regresso da confiança, afirmou o secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, na conferência de imprensa para apresentação dos resultados da privatização dos Correios. “É um sucesso que nos dá conforto e segurança”, sublinhou. O secretário de Estado das Finanças disse ainda que a forte procura, e o facto de as privatizações deste governo terem já gerado receitas de 6,9 mil milhões de euros mostra que “os investidores acreditam na recuperação de Portugal”.

Forte procura justifica preço alto

Sérgio Monteiro justificou a fixação do preço dos CTT nos 5,52 euros, o valor máximo do intervalo pré-definido pelo governo, com o facto de a procura na oferta pública de venda (OPV) ter sido grande. Procura que, diz, se deveu em muito à qualidade dos CTT e à sua rentabilidade. E rejeitou a ideia de que o preço da privatização seja demasiado elevado, conforme sugeriram alguns analistas. O secretário de Estado das Comunicações sublinhou o facto de o encaixe com a venda de 70% dos CTT ter sido superior à maior oferta feita por 100% da empresa por dos potenciais candidatos aquando da venda direta.

“Quando o governo tomou esta opção houve críticas dizendo que estaríamos a destruir valor patrimonial, mas afinal não foi isso que aconteceu”, afirmou, mostrando a sua satisfação com a opção pela bolsa. As ofertas que tinham sido feitas no âmbito de uma possível venda direta avaliavam os CTT em menos de 600 milhões de euros, com a venda de 5,52 euros por ação os Correios ficam a valer 828 milhões de euros.

“Assistimos a um dia muito importante do regresso ao mercado de ações”, afirmou Sérgio Monteiro, lembrando que não há uma estreia na praça lisboeta desde 2008. Com a entrada em bolsa ficam cumpridos dois objetivos, a valorização dos CTT e a abertura de caminho para que outras empresas optem pelo mercado. ” Prova-se assim também que a vitalidade do nosso mercado não é inferior dos outros países da Europa”, disse referindo-se às privatizações do belga Bpost e do britânico Royal Mail.

Sérgio Monteiro adiantou ainda a atual administração dos CTT irá manter-se, mas a maioria dos administradores do conselho de administração passarão a ser independentes.

Anabela Campos (Rede Expresso)

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