O candidato à Presidência da República Manuel Alegre reafirmou ontem em Águeda as críticas que tem feito à reunião que decorreu na quinta-feira entre o líder do PSD e um grupo de banqueiros a propósito do Orçamento de Estado para 2011.
“Comigo na presidência não haveria banqueiros a mediar o orçamento”, disse o deputado socialista e candidato presidencial, em declarações à margem da inauguração da Biblioteca Municipal de Águeda, batizada com o seu nome.
Manuel Alegre mostrou-se muito chocado com esta situação e disse não perceber como é que andam banqueiros a falar com dirigentes políticos a propósito do Orçamento do Estado.
“Sou um deputado constituinte e há um princípio constitucional que é a independência do poder político em relação ao poder económico”, afirmou o candidato a Belém, adiantando que espera que o Orçamento “seja decidido na Assembleia que é o lugar próprio e que a mediação não seja feita por poderes de facto, ou seja, por banqueiros”.
A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, que presidiu à inauguração da Biblioteca Municipal de Águeda, aproveitou a oportunidade para dizer que apesar dos atuais “tempos exigentes”, o Governo não desiste do objetivo de dotar todos os municípios com uma biblioteca.
Atualmente, já existem cerca de 200 equipamentos espalhados por todo o país, adiantou a governante, elogiando o contributo que as autarquias têm dado nesta área.
Durante a cerimónia de inauguração, Manuel Alegre doou à Biblioteca Municipal o manuscrito do seu livro “Alma”, que retrata episódios da sua infância e juventude vividos em Águeda.
AL/JA