A situação na capital moçambicana, desde a manhã de hoje palco de manifestações e confrontos, está mais calma no início da tarde, constatou a Lusa numa ronda por Maputo.
Na zona da rotunda da OMM (Organização da Mulher Moçambicana), já perto da zona nobre da capital (das embaixadas e de organizações internacionais), que chegou a ser palco de confrontos e pilhagens, a situação era de absoluta calma ao início da tarde.
Também no bairro de Magoanine, onde se registaram muitas pilhagens durante a manhã, a situação é calma, ouvindo-se apenas tiros esporádicos.
Na zona vêem-se grupos de jovens a beber cervejas, provavelmente as que foram pilhadas durante a manhã.
Também dentro de Maputo, na zona do Alto Maé, onde esta manhã foi incendiado um automóvel e havia manifestantes, no início da tarde apenas se viam caixotes de lixo espalhados pelas ruas.
A zona da baixa de Maputo também vive uma tarde calma, com todos os estabelecimentos fechados e quase sem trânsito e com poucas pessoas nas ruas.
A STV, televisão privada e que esteve em direto durante a manhã, passou à programação normal. A Rádio de Moçambique, do Estado, desvalorizou os acontecimentos.
A Televisão de Moçambique está a transmitir um jogo de futebol entre Moçambique e Nigéria, disputado no ano passado.
O canal estatal deu pouca relevância aos confrontos no seu noticiário das 13:00, destacando a reação do ministro do Interior, que considerou os acontecimentos de hoje como atos de “vandalismo”.
Pelo menos seis pessoas morreram e 42 ficaram feridas, quatro das quais em estado grave, nos confrontos entre populares, que iniciaram hoje de manhã um protesto pelos aumentos dos preços dos bens essenciais, e a polícia.
Os protestos começaram nos arredores de Maputo, mas estenderam-se ao centro da capital.