Depois dos resultados das europeias de ontem – Frente Nacional com 24,95%, a UMP com 20,79% e o PS com 13,98% – nada mais será como dantes em França.
Os partidos clássicos franceses acordaram na manhã desta segunda-feira com uma tremenda ressaca. Na direita (UMP), a liderança é abertamente contestada; nos socialistas, a ala esquerda revolta-se; no Eliseu, o chefe de Estado François Hollande convocou uma reunião de crise com vários ministros, entre eles o primeiro-ministro Manuel Valls.
Apenas um partido ganhou ontem – a Frente Nacional (FN) de Marine le Pen. Todos os outros perderam e, logo a seguir às primeiras estimativas, a líder nacionalista pediu eleições antecipadas e mudança da lei eleitoral francesa.
A FN quer a introdução do sistema proporcional nas legislativas porque, com o atual, maioritário a duas voltas, nunca conseguirá uma representação parlamentar correspondente aos seus resultados eleitorais. “Queremos democracia”, disse uma Marine le Pen eufórica, domingo à noite.
Beneficiada pela impopularidade das políticas de austeridade defendidas por um Presidente que foi eleito há dois anos a prometer o contrário, a Frente Nacional colocou-se no centro da cena política francesa graças aos seus temas tradicionais – a “preferência nacional” para os franceses no emprego e no alojamento, a guerra à imigração e a defesa da soberania e da identidade francesas contra a “Europa supranacional”.
No PS, alguns deputados voltaram a pedir uma mudança na política do Governo. Hollande e Manuel Valls prometem mais atenção aos pobres e aos mais modestos e pedem mudanças em Bruxelas. Mas, com apenas 14% dos votos do eleitorado, encontram-se em enormes dificuldades.
Enfraquecido, François Hollande apenas pode ir a Bruxelas ou a Berlim pedir ajuda … para se manter no poder.
RE
L’incapacité du PS à prendre des décisions de gauche, l’absence de différence entre la politique de Hollande et celle de Sarkosy a jeté ceux qui sont désorientés dans les bras de l’extrême droite. Il est surprenant d’élire au parlement européen des députés FN qui ont fait campagne contre l’Europe .