“Compreendo que a descrença das pessoas é muito grande, mas este é o pior momento para as pessoas se desinteressarem da política. Porque este é um período em que a política está mesmo a ir aos bolsos das pessoas. Portanto, ou as pessoas tratam da política ou a política continua a tratar das pessoas da pior forma”, afirmou o eurodeputado Miguel Portas ao JA no início desta semana
O eurodeputado Miguel Portas esteve esta semana em Loulé a convite da concelhia do Bloco de Esquerda para uma conferência e reflexão sobre o rumo de Portugal, da Europa e do Euro. Após uma explicação sobre a história da dívida pública, a história da dívida privada e uma análise sobre as opções que podem ser tomadas à escala nacional e europeia para mudar o rumo económico atual, Miguel Portas defendeu maior coragem do Governo e dos cidadãos.
O eurodeputado considera que é tempo de desmistificar a ideia que os países do sul têm de ser castigados pelas más opções que tomaram ao longo dos anos. Para tal, Miguel Portas apresentou vários quadros que demonstram como Portugal sempre acompanhou as tendências gerais no que respeita à dívida externa. O comportamento agressivo dos mercados e a especulação foram grandes despoletadores desta escalada interminável de juros e dívida, na ótica do conferencista.
Contudo, independentemente do comportamento dos mercados, a União Europeia tem agora de reagir. “De facto, várias vezes me pergunto se isto é de facto uma união ou se pelo contrário é um poder em que há um governo – o alemão – e um meio governo – o francês – que decidem por todos”, comentou.
“Isto não está certo e a Alemanha devia ter até desse ponto de vista alguma humildade porque depois da II Guerra Mundial conseguiu relançar a sua economia com o perdão da dívida e com a renegociação da dívida que acabou de ser paga em 2006 e com a sujeição do pagamento dessa dívida às taxas de crescimento que fosse capaz de ter”, acrescentou.
Estas são opções políticas que já (…)
