Ministério da Educação convoca sindicatos para reunião negocial

Em comunicado, o Ministério refere que será também “analisada uma proposta de calendário negocial sobre outras matérias”

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O Ministério da Educação convocou os sindicatos do setor para uma nova reunião negocial sobre a revisão do regime de recrutamento e mobilidade para os dias 18 e 20 de janeiro, foi anunciado esta semana.

É a terceira ronda de um processo negocial que se iniciou em setembro, e cuja última reunião foi em 8 de novembro, sendo que o ministro da Educação já tinha remetido para o mês de janeiro novo encontro, justificando que, até lá, o Governo iria fazer o levantamento das necessidades do sistema educativo para desenhar propostas concretas.

Apesar de não terem criticado, na altura, o adiamento, várias estruturas sindicais têm pressionado a tutela para agendar a terceira reunião, acusando o Ministério da Educação de ter suspendido a negociação.

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Em comunicado, o Ministério refere que será também “analisada uma proposta de calendário negocial sobre outras matérias”.

A abertura de outros processos negociais é uma das reivindicações das oito estruturas sindicais, incluindo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que organizaram um acampamento de quatro dias à frente do Ministério da Educação, em Lisboa.

Após o anúncio das novas reuniões negociais, o secretário-geral da Fenprof explicou que as ações de luta vão, para já, manter-se como previstas, porque “a convocação de uma reunião, por si só, não altera nada”.

Os sindicatos definiram o dia 10 de janeiro como o prazo para a tutela recuar em algumas das propostas que apresentou no âmbito da negociação da revisão do modelo de recrutamento e mobilidade, e iniciar novos processos negociais sobre outros temas.

Além desse acampamento, convocaram também uma greve por distritos, entre os dias 16 de janeiro e 8 de fevereiro e uma manifestação em Lisboa no dia 11 de fevereiro.

Entretanto, decorre, desde 9 de dezembro, uma greve por tempo indeterminado convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que já entregou pré-avisos de greve para todo o mês de janeiro. No sábado, realiza uma marcha nacional em Lisboa, entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço.

O Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) também iniciou na semana passada uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas, que se vai prolongar até fevereiro.

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4 COMENTÁRIOS

  1. São 16 horas de sábado, estou a sintonizar a CNN e o que vejo é muito saudável, ou seja, uma magnífica manifestação do professorado, descendo a Avenida – a simbólica “Avenida”, em Lisboa, que dispensa que se lhe acrescente o nome de Liberdade –, dando mostras da sua indignação e exigindo “respeito e justiça”, pelo modo indigno como vem sendo tratada pelos nossos governantes, designadamente, o Ministro da Educação, cuja atitude tem sido mais persecutória da classe do que como tutela, cuja obrigação – para isso é ministro – é resolver-lhes as mais do que elementares e justas reivindicações, proporcionando-lhes melhores condições para que possam exercer a sua actividade, numa atitude activa (de resolução dos problemas) e não reactiva, como muito bem alguém já afirmou, a propósito da iniciativa de comparticipação dos professores para compensar os dias de greve (e não pagamento) do pessoal técnico auxiliar, cuja legalidade o ministro mandou investigar.

    A ignorância de sua excelência talvez não saiba o significado da palavra “ministro”, mas eu digo-lhe: ela significa, em Latim, “servidor”, “aquele que serve”.

    Quando mencionei, no início, o termo “saudável”, referindo-me à manifestação, que, partindo do Marquês, desce a Avenida, em direcção ao Rossio, fi-lo por dois motivos.
    Por um lado, pela magnífica demonstração de luta de uma classe, a quem o país tanto deve e tão maltratada tem sido, mas também pela prova de que esta como qualquer outra classe se pode organizar, sem necessidade de ser tutelada, na sua luta, por algumas organizações sindicais que, por sua vez, mais não são do que um prolongamento, mal disfarçado de Partidos políticos.
    Refiro-me, obviamente, à FENPROF (custodiada pelo PCP), que a classe dos professores provou que pode dispensar, nas suas lutas por melhores condições de trabalho e de vida.

  2. Segundo queixas dos professores, veiculadas pela comunicação social, os professores acusaram a PSP e GNR de terem impedido a chegada a Lisboa de dezenas de autocarros com manifestantes.
    Os relatos falam de fiscalizações e revistas às mochilas.
    A PSP e GNR negam que tenha havido qualquer operação direccionada a autocarros com docentes.

    De acordo com o estilo useiro e vezeiro típico em António Costa, a que ele já nos vai habituando, não é de descartar mais algum dos seus habituais golpes baixos e que tenham, efectivamente, sido dadas instruções àquelas duas forças policiais para complicar a vinda a Lisboa dos professores, a fim de poderem dar expressão à sua indignação, pelo modo como a tutela os vem tratando.

    Depois, o mesmo António Costa é capaz de vir, com toda a displicência e “lata” deste mundo, tal como um menino de coro, negar tudo aquilo que já não estranhamos nele, como óbvio.

    Um dos pontos mais altos deste seu estilo de golpes foi, porventura, a sua decisão da retirada da tutela das polícias Europol e Interpol do âmbito da nossa Polícia Judiciária – entidade, a que elas pertencem, por natureza – para ficar sob o controlo do seu Governo.
    Não esqueçamos que uma das funções daquelas polícias internacionais é a caça aos grandes corruptos ligados aos grandes crimes financeiros, possuindo, nesse âmbito informação altamente sigilosa.

  3. De um modo telegráfico, aqui deixo, como breve nota, que não tenho outra expressão, que não seja a de que foi caricato o oportunismo de alguns Partidos, como o PAN e os comunistas do BE, de se colarem e imiscuírem a uma manifestação meramente laboral, como foi a dos Professores.
    Que se atenham à Assembleia da República, onde é o seu lugar, que nem sempre desempenham exemplarmente e cujas propostas, por vezes, deixam muito a desejar.

  4. “Quem se mete com o PS, leva” é uma ameaça bem conhecida, proferida por um conhecido dirigente do Partido Socialista, que preside, actualmente, à Assembleia da República, com o seu típico estilo de “Eu quero, posso e, agora, até mando. Por isso, vocês, senhores deputados, têm de passar a fazer o que eu entender e, se não obedecerem, mando-vos calar e corto-vos a palavra”.

    Este pequeno intróito vem a propósito de quê ?

    Acabei de ouvir o noticiário da rádio pública Antena 1, às 9 horas, de hoje, segunda-feira, 16/01, dia seguinte à magnífica manifestação de cerca de 100.000 professores, convocada pelo sindicado autónomo STOP.
    No referido noticiário, foram entrevistados os dirigentes das várias estruturas sindicais, a propósito das recentes contrapropostas do Governo para a resolução do conflito que o opõe aos professores.

    De notar que a primeira intervenção a ser transmitida foi a de Mário Nogueira, dirigente da FENPROF, sindicato, como se sabe, sobejamente controlado pelo PCP, que ocupou boa parte do noticiário destinado à temática dos professores, seguindo-se as posições de dirigentes de outros sindicatos também ligados aos professores.
    Seria natural ouvir-se, igualmente, a posição do sindicato STOP, porém, acerca desta estrutura sindical, nem uma referência ao seu nome se ouviu …

    Eis, por omissão, um exemplo bem claro de que, efectivamente, “QUEM SE METE COM O PS. LEVA”.

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