A ministra da Saúde, Marta Temido, descartou hoje a possibilidade de uma cerca sanitária no Algarve, na sequência do surto de covid-19 em Lagos, referindo que não é esta medida que impede as pessoas de terem comportamentos de risco.
“Não está em causa um cerco sanitário. Não é um cerco sanitário que institui a racionalidade suficiente para as pessoas se absterem de comportamentos que põem em causa a sua própria saúde como das pessoas que lhe estão próximas”, afirmou a ministra da Saúde, em resposta à agência Lusa, na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal.
Marta Temido considerou que o surto em Lagos, resultante de festa ilegal, poderia ter sido evitado, salientando que é uma situação que “penaliza enormemente” o país.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que estão identificados 90 casos positivos associados ao surto de Lagos, incluindo crianças com menos de 9 anos de idade.
“Uma atenção especial visto que os nossos atos não implicam apenas consequências na nossa saúde, como de outras pessoas”, realçou.
A responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) usou também o exemplo do Algarve para justificar que é necessário parcimónia e critério na permissão de ajuntamentos e convívios, quando questionada sobre a reabertura de bares e discotecas.
“A DGS está muito sensível que a economia funcione, mas temos que ter a situação epidemiológica controlada”, disse, sem avançar com medidas ou datas para este setor, apenas salientando que não será possível “fazer festas” como se faziam antes da epidemia.