O Governo tem a “intenção” de descer os impostos “logo que possível”, começando pelo IRS, afirmou ontem à noite a ministra das Finanças, em entrevista à TVI, porém, num discurso cauteloso. Aliás, uma decisão nesse sentido, agora, “não é prudente, nem responsável” e não se compromete a fazê-lo até 2015.
As declarações de Maria Luís Albuquerque surgem no dia em que foram divulgados os dados da síntese de execução orçamental de 2013, que apontam para um défice mais “magro”.
“O que nós sabemos é que temos de controlar a despesa, porque as contas públicas equilibradas são aquilo que permitirá criar espaço para vir a descer os impostos”, frisou.
Sem data para o alívio da austeridade, a ministra justifica que “não seria razoável” fazê-lo nesta altura por virtude do compromisso para a saída do programa de ajustamento, depois por via do cumprimento das obrigações enquanto membros da Zona Euro e, sobretudo, “para garantir o caminho de credibilidade que assegura o crescimento sustentado e a confiança”. “Temos de manter as contas públicas equilibradas”. Ainda “há um longo caminho a percorrer”, sendo preciso “tempo para recuperar da crise”.
Sobre qual será o cenário pós-troika, a ministra adiantou que a escolha do Governo para a saída do ajustamento só deverá acontecer mais próximo do fim do resgate, previsto para 17 de maio.
O aviso é de que Portugal não voltará ao que era. “Essa realidade já não existe”, apontando para a exigência da consolidação orçamental, “que não é incompatível” com o crescimento económico.
RE
