Ministro Machete considera ultrapassada tensão com Angola

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O Ministro dos Negócios Estrangeiros deu esta segunda-feira como ultrapassada a tensão existente com Angola, considerando que as relações entre os dois países “decorrem de forma normal”. Rui Machete falava na abertura do tradicional seminário diplomático, que durante dois dias reúne em Lisboa os diplomatas portugueses.

Para Rui Machete, há mesmo “razões para antever que os laços amigos entre os dois povos se estreitem ainda mais no futuro”, disse no seu discurso, parecendo dar assim como encerrada a situação de mal-estar gerada depois do anúncio da suspensão da parceria estratégica entre Portugal e Angola feito em Outubro pelo Presidente José Eduardo dos Santos.

No âmbito da CPLP, outro dos países destacados foi a Guiné-Bissau, cuja situação foi definida como “preocupante”. O ministro equacionou também o caso da Guiné-Equatorial, que pediu a adesão à comunidade, para assinalar a importância do cumprimento do roteiro que lhe foi prescrito, “tendo em vista uma futura adesão como membro de pleno direito”.

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Prioridade a África

No seu conjunto as relações com Africa foram consideradas uma das prioridades do seu mandato, o que levará a participar na próxima Conferência da União Africana, no final deste mês, em Adis Abeba.

Para o ministro, um dos pontos preocupantes é precisamente a segurança no Golfo da Guiné, com crescentes atos de pirataria, que põem em causa o escoamento dos produtos petrolíferos e “o indispensável desenvolvimento do comércio externo na região, que inclui países lusófonos”.

Segundo Machete, a associação de várias atividades criminosas na região, como a pirataria, o tráfico de drogas e de pessoas e as conexões com o terrorismo constitui “motivo de graves preocupações para Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, afetando igualmente a Guiné-Bissau”.

As propostas portuguesas

“Portugal não pode ficar indiferente a essa situação”, afirmou. “Como país da Europa do Sul está estrategicamente empenhado em evitar a contaminação dos interesses do Atlântico Norte face à insegurança do Golfo da Guiné”, disse o ministro.

Neste sentido, Rui Machete anunciou que Portugal se propõe “sensibilizar os países de expressão oficial portuguesa e os que integram a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, a Comunidade Económica dos Estados da África Central e a Comissão do Golfo da Guiné, bem como os parceiros europeus, para a necessidade da adoção de medidas de contenção destes fenómenos”.

Entre as propostas que Portugal fará, em particular na cimeira União-Europeia-Africa, que se realizará a 2 e 3 de Abril, em Bruxelas, conta-se o reforço do policiamento na região, o apoio à constituição, equipamento e treino de uma força africana de reação rápida, assim como a instituição ou reforço das autoridades judiciárias nos países da área do Golfo da Guiné ou a definição de acordos de formação e ajuda quando tal não seja viável.

Luísa Meireles (Rede Expresso)

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