Montenegro em Quarteira propõe programa de emergência social

Segundo Luís Montenegro o programa integra cinco eixos, que são “medidas transitórias para quatro meses e estão asseguradas por aquilo que é o excedente dos impostos que o Governo vai arrecadar este ano”

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O presidente do PSD anunciou, domingo, dia 14 de agosto, que o partido entregou no parlamento uma proposta de programa de emergência social para o período de setembro a dezembro, no valor global de mil milhões de euros de ajuda aos mais necessitados.

“Hoje [domingo] mesmo o nosso líder parlamentar dirigiu um requerimento ao presidente da Assembleia da República para que, quando começar a funcionar o plenário, possa ser discutido o programa de emergência social que o Governo não faz, mas que nós vamos propor ao país”, disse Luís Montenegro, ao discursar na Festa do Pontal em Quarteira.

Segundo Luís Montenegro, que se estreou como líder do PSD na Festa do Pontal, o habitual comício da ‘reentré’ do partido no distrito de Faro, o programa integra cinco eixos, que são “medidas transitórias para quatro meses e estão asseguradas por aquilo que é o excedente dos impostos que o Governo vai arrecadar este ano”.

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Perante cerca de 1.500 militantes, o líder social-democrata enumerou os eixos, o primeiro dos quais a atribuição de um vale alimentar de 40 euros por mês a todos os pensionistas e reformados com pensões até 1.097 euros, que são 2,5 indexantes de apoios sociais, medida que custará 368 milhões de euros.

A segunda medida, continuou, passa por atribuir um vale alimentar a todos aqueles que estão na vida ativa e que têm um rendimento inferior a 1.100 euros.

“Quer num caso, quer noutro, estamos a falar de 2,3 milhões de pessoas, no global estamos a falar de 4,6 milhões de pessoas”, apontou.

O terceiro eixo “é a proposta de redução do IRS nos quarto, quinto e sexto escalões, porque quem ganha entre 1.100 e 2.500 euros mensais também estão a passar dificuldades, não tão graves como as famílias mais carenciadas”, mas também merecem apoio, sublinhou.

Os outros dois eixos têm a ver com a atribuição de mais dez euros adicionais a todas as crianças e jovens que recebem abono de família, “medida que custa cerca de 10 milhões de euros por mês, e linhas de apoio às instituições particulares de solidariedade social e às pequenas e médias empresas”.

No seu discurso, ao longo de quase uma hora, o líder do PSD salientou que as medidas “são transitórias, para quatro meses deste ano e estão asseguradas por aquilo que é o excedente dos impostos que são cobrados este ano”.

Luís Montenegro, que partilhou a mesa com Pedro Passos Coelho, saudou a presença do antigo líder e antigo primeiro-ministro social-democrata, dizendo ser uma pessoa especial com quem teve o privilégio de integrar o Governo em 2015.

Para o atual líder do PSD, “a máquina laranja está de volta para tornar a governar Portugal, numa altura em que o país precisa do partido para recuperar o país”.

Nas críticas ao Governo, Montenegro considerou que a atual governação socialista em nada mudou dos últimos anos, porque “é um Governo tão igual aos dois anteriores, que está a empobrecer Portugal”.

“Estamos a viver pior em Portugal e a ficarmos cada vez mais pobres”, notou.

Luís Montenegro considerou ainda que Portugal tem hoje “uma sociedade nivelada por baixo, onde as pessoas recebem cada vez menos”, e acusou o PS de ser um Governo “de casos, sem que ninguém assuma a responsabilidade”, recordando as “polémicas com o aeroporto, o despacho do primeiro-ministro sobre uma empresa das elétricas e as declarações da ministra da Agricultura”.

“Parece mentira, mas aconteceu. Tudo o que acontece em Portugal menos bem, nunca é culpa do Governo”, ironizou.

Para Luís Montenegro, o PSD tem agora de fazer o que lhe compete como partido da oposição, que é escrutinar o Governo, e apresentar-se com sentido de responsabilidade e abertura à sociedade, de forma a construir um plano de governação que possa dar a Portugal oportunidades a todos os cidadãos”.

Passos Coelho diz que Montenegro tem competência

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho considerou que Portugal precisa de um executivo diferente e disse acreditar que o atual líder do PSD, Luís Montenegro, “tem competência para preparar uma alternativa ao atual Governo.

O antigo presidente dos sociais-democratas deslocou-se a Quarteira para participar na Festa do Pontal, onde chegou por volta das 20:00 e foi recebido efusivamente pelas centenas de militantes no recinto instalado no Calçadão daquela cidade, junto à praia.

À entrada, Pedro Passos Coelho disse aos jornalistas que se deslocou ao Algarve “para assinalar este novo ciclo do partido”, manifestando o desejo “de que o esforço que está a ser feito por Luís Montenegro de reconciliação, de união do PSD, possa ser colocado ao serviço do país”.

“O PSD tem uma nova liderança, tem pela frente a possibilidade de liderar a oposição e, em simultâneo, preparar uma alternativa de Governo que o país vai precisar seguramente. Portugal vai precisar, não tenho dúvida nenhuma, de um Governo diferente daquele que temos e na altura própria os portugueses irão pronunciar-se sobre isso”, afirmou.

Questionado sobre se a sua presença em Quarteira irá “ofuscar” a intervenção de Luís Montenegro, o antigo primeiro-ministro respondeu: “Espero que não, porque senão não viria cá”.

“Na prática, vim aqui dar um abraço ao Luís Montenegro, com quem não pude estar na altura da sua eleição, para lhe transmitir aquilo que ele sabe: que lhe desejo a maior sorte do mundo, porque também é preciso ter um bocadinho de sorte nestas coisas, mas sei que ele fará também pela sorte”, salientou.

Pedro Passos Coelho considerou ainda que presidente social-democrata “é uma pessoa bem preparada, muito competente e que vai estar à altura das exigências que o PSD vai enfrentar”.

Interrogado sobre se tem confiança na eleição de Luís Montenegro como primeiro-ministro nas próximas legislativas, Passos Coelho manifestou-se convicto de que o líder do partido “preparará uma solução de Governo e poderá pô-la em prática na altura certa”, sendo que “essa altura será quando o país precisar”.

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