Movimento de cidadãos luta por ‘Vida Justa’ e salários para viver

O manifesto do movimento começa com o alerta de que “todos os dias os preços sobem, os despejos de casas aumentam e os salários dão para menos dias do mês. As pessoas estão a escolher se vão aquecer as suas casas ou comer”

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“Se ligar o aquecedor, no mês seguinte não como” é um dos motes de uma manifestação no sábado, organizada por um movimento nascido na periferia de Lisboa. Lutam por salários para viver e bens essenciais acessíveis. Lutam por uma ‘Vida Justa’.

O movimento Vida Justa é composto não só por moradores dos bairros da periferia de Lisboa, como também por pessoas de movimentos sociais e cidadãos de vários setores, como professores, juristas, antropólogos, investigadores, entre tantas outras profissões, que se juntaram para alertar para situações de precariedade vividas atualmente.

Os subscritores do movimento convocaram para sábado uma manifestação, entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República, em São Bento, Lisboa, e várias concentrações locais, “para defesa dos bairros e da dignidade de vida dos que trabalham e que criam a riqueza do país”.

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“Temos isto aqui bem claro, por uma vida justa. Não mais do que isso, nós não pedimos salários milionários. Nós não pedimos ao Estado algo que não nos é por direito. Simplesmente pedimos por uma vida justa e eu acho que é um pedido muito justo”, disse Celso Lopes.

Celso Lopes reconheceu que os habitantes dos bairros dos arredores da capital, mas também do Porto e Algarve, “têm pouca visibilidade” e sofrem muito “com o impacto que teve na economia global e nacional” a guerra na Ucrânia, depois da pandemia de covid-19.

“Todas estas zonas são mais fragilizadas […], para nós é sempre muito mais complicado, porque as famílias aqui são famílias que sofrem e recebem um salário muito abaixo da média nacional. Quando nós vemos a inflação nos preços, nos produtos essenciais, é muito mais complicado para as famílias que não têm uma economia tão resiliente, por assim dizer, em comparação com a média nacional”, admitiu.

Por isso, continuou, é importante o bairro estar envolvido “nestes movimentos” para todos saberem que “são as pessoas que são o catalisador para a mudança”, para que as “suas vozes sejam ouvidas” e que não é só o que é decidido no “parlamento e nas assembleias municipais” que conta.

O manifesto do movimento começa com o alerta de que “todos os dias os preços sobem, os despejos de casas aumentam e os salários dão para menos dias do mês. As pessoas estão a escolher se vão aquecer as suas casas ou comer”.

No documento, já assinado por perto de 400 subscritores, salienta-se a importância de “dar poder às pessoas para conseguirem ter uma vida digna”, exigindo um programa de crise que “defenda quem trabalha”.

“Os preços da energia e dos produtos alimentares essenciais devem ser tabelados; os juros dos empréstimos das casas congelados, impedir as rendas especulativas das casas, os despejos proibidos; deve haver um aumento geral dos salários acima da inflação; medidas para apoiar os comércios, pequenas empresas e os postos de trabalho locais e valorizar económica e socialmente os trabalhos mais invisíveis como o de quem trabalha na limpeza”, lê-se no manifesto.

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