No I Governo Constitucional, Mário Soares, fez um manguito ao ADN, para salvar Portugal…

e há 29 anos, no Algarve, com a nova maioria, o PS obteve 49,57% dos votos

Sim! O homem é que pensa que não, mas que em qualquer momento da vida, a história volta a repetir-se… É dos livros e desta esperança que nos deixa a canção de Jorge Palma: Enquanto houver estrada para andar

E nestes dias que a democracia vive, quando temos que começar e encher o peito de ar, para em festa apagarmos 50 velas, são seguramente os piores da nossa história democrática, porque num quadro muito parecido e referindo-se, por exemplo ao 25 de Novembro, Mário Soares, disse: «era preciso consolidar a democracia pluralista, num ambiente político de convivência cívica, de alguma paz social e de concórdia nacional». Mas antes, tinha dito que era preciso: «[…] o fim da desfilada em que estávamos a correr para o abismo. Foi um recomeço; um regresso à pureza inicial do 25 de Abril […]», [Soares – Ditadura e Revolução, Maria João Avilez, página 492]

Se nos lembramos como tudo começou, depois dos ziguezagues, dos imensos governos provisórios, que caiam como baralhos de cartas, Mário Soares começa por chefiar o I Governo Constitucional, que teve o seu início a 23 de Setembro de 1976, cessando depois funções na sequência da rejeição, pela Assembleia da República, de uma moção de confiança apresentada pelo Governo.

Este governo, incluía Mota Pinto, militares, muitos independes e militantes de outros partidos, do CDS ao MES. Era preciso, como sustentou o próprio Mario Soares, e escrevemos antes quando se referia ao 25 de Novembro: […] era preciso consolidar a democracia pluralista, num ambiente político de convivência cívica, de alguma paz social e de concórdia nacional […] era preciso «o fim da desfilada em que estávamos a correr para o abismo. Foi um recomeço; um regresso à pureza inicial do 25 de Abril […]

Depois, O II Governo Constitucional de Portugal tomou posse a 23 de Janeiro de 1978, tendo cessado funções a 29 de Agosto de 1978 na sequência de desentendimentos entre os partidos que garantiam o seu apoio parlamentar. A sua formação resultou de um acordo de incidência parlamentar entre o Partido Socialista e o Centro Democrático Social, assim granjeando a confiança política da maioria dos deputados na Assembleia da República…

Curioso é que o próximo Governo, portanto o III Governo Constitucional, mas já de iniciativa presidencialista, é chefiado por Mota Pinto, numa rota muito equilibrada de convergências e divergências, para algum tempo depois, Mota Pinto, após visitar às instalações do novo hospital de Faro, – que só abre as suas portas, sem nunca ser inaugurado, a 30 de Dezembro de 1979 – quando ia a caminho de Lisboa, ao ouvir num dos noticiários da Emissora Nacional, que o PCP no dia seguinte iria apresentar uma moção de censura na AR, Mota Pinto, chega a casa e avisa que se demitiu.

E é ainda na continuidade deste novo ciclo, dos chamados governos de incidência presidencial, era Ramalho Eanes, o Presidente da República, que entram em cena, Nobre da Costa, que já tinha pertencido a um governo chefiado por Mário Soares, depois Mota Pinto até chegarmos a Maria de Lurdes Pintassilgo.

Três governos, que no seu conjunto, numa durabilidade de 29 de Agosto de 1978 a 3 de Janeiro de 1980, vivem pouco mais de ano e meio.

Recordamos, que a partir da revisão constitucional de 1982, o Governo deixou de ser responsável politicamente perante o Presidente da República Portuguesa, fazendo com que a formação de um governo de iniciativa presidencial só fosse concretizada apenas em casos excecionais.

Mas, pelas convergências, mais ou menos musculadas, porque ainda andávamos todos a gatinhar na democracia e na liberdade, ficam aqui, uma séria de razões e motivações, mesmo sabendo que os tempos são outros e SÃO TÃO OUTROS, que perante a posição acelerada do CHEGA, se nada for feito antes, corremos o risco, como em certa altura defendeu Mário Soares, o tal que fez do ADN um manguito, evitando «o fim da desfilada em que estávamos a correr para o abismo».

Orientaram-se pelos Camelos
50 anos depois, por mais que exageremos nas estatísticas, nas virtudes e defeitos de cada político, sabendo mesmo que o própria democracia é decalcada destas virtudes e destes defeitos, se não nos unirmos, com mais dogmas ou menos dogmas, com mais defesas, por vezes exasperadas do tal ADN, corremos o risco de nos sentirmos perdidos no deserto, e como disse uma dia o Dr. Luís Filipe Madeira, um gigante do socialismo e da democracia, em plena Assembleia Municipal de Loulé, ao Dr. Patinha Antão (PSD): «A diferença entre nós, é que ambos estávamos perdidos no deserto, mas eu já regressei porque me orientei pelas estrelas e o senhor ainda anda lá está, porque está a orientar-se pelos camelos…»

É isso. Não nos devemos orientar pelos camelos, o País não é nada do que diz a imprensa cor-de-rosa, em que a transformaram alguns comentadores televisivos, que devem ter na ponta da língua todos os milagres, porque têm salários chorudos e quando chegam a casa de tão arrependidos adormecem numa banheira cheia de gelo…

Nas eleições em 1995, o PS teve no Algarve 50% dos votos. PSD 29,20%, PP 8,32% e CDU 7,80. A abstenção chegou aos 35,77%

PS teve no Algarve 50% dos votos
Entretanto, o Jornal do Algarve, na sua edição de 5 de Outubro de 1995, já lá vão 29 anos, chamava à primeira página (capa do jornal), os resultados eleitorais desse ano, escrevendo: «O Partido Socialista obteve no Algarve uma vitória mais expressiva do que no total do país, nas eleições legislativas do último domingo. Os socialistas, que nas últimas legislativas haviam obtido apenas 31,2% dos votos, chegaram agora quase aos 50%, contra 29,2% do PSD, 8,3% do PP e 7,8 da CDU.

Numa votação bipolarizada, ocorreu praticamente, na região, uma inversão de percentagens entre o PS e PSD relativamente ao último acto eleitoral.

O CDS/PP, cuja campanha no Algarve foi a mais incipiente, subiu de 2,8% para 8,3% e a CDU também cresceu um pouco, de 7,2% para 7,8%. Mas, atenção que a abstenção com 35,77%, foi a «segunda força mais votada»…

E agora? Que fazer? Como decidir? Quando as televisões se limitam a cristalizar o medo e o anedótico.
As televisões limitam-se a apresentar diariamente, com excepção de um ou outro debate mais transparente e elucidativo, vozes e nozes que têm menos impacto que as notas de rodapé.

Mas que ideias e esclarecimentos transmitem as televisões, onde alguns comentadores, não conseguem apertar o cinto com o tamanho do umbigo, tratando como nada, cada comício ou arruada, como quem pretende, que os de mais idade ou os menos esclarecidos, se desinteresse pela coisa DESTA POLÍTICA TELEVISIVA, que deste modo não lhe desperta atenção, quando o que está em causa é levar a decidir ou a influenciar, os indecisos a votar…

Passos Coelho, a emigração, Luís Montenegro transformado numa pintura rupestre, as indefinições ou não de Pedro Nuno Santos, os passarinhos e os caracóis que a Dona Mortágua não encontrou no Alentejo, o aborto apregoado pelo Senhor Núncio. Curioso, o facto do CDS estar morto e num repente renasce de um aborto do Senhor Núncio…Ou então a senhora do PAN que não pintou as unhas ou foi mordida por um cão. Depois Rui Tavares, do Livre, que é uma pessoa inteligente cujos pensamentos, não o temem, como se ousa dizer, de falar com os dois lados da barricada. E finalmente o André Ventura, que resolve fazer da bandeira nacional, do nosso símbolo, um par de cuecas, camisas interiores e soutiens… (foi ele que disse), aqui com a esfera armilar encostada aos mamilos…mesmo que sejam de silicone…

[…] Levantai hoje de novo […]
Com tanta coisa que há para fazer e dizer, para a salvação da nossa democracia e da vida, aqui e ali a desgraça que tomba sobre os mais vulneráveis, pois apesar do empenho dos partidos democratas, as nossas televisões onde emerge um ou outro comentador exemplarmente assertivo e convincentes, como Sebastião Bugalho, Bernardo Ferrão, Ricardo Costa, Maria João Avilez, Marques Mendes, em contraste com outros/as que aparecem atolados em soberbas cretinices, e aqui o Sindicato dos Jornalista, tão apregoador de greves, no último congresso, nem reza, nem mia, nem pia…

O que os Partidos Políticos e os portugueses defendem que seja transmitido é o que dizem os próprios partidos, que também estão a ser traídos, por estas lengalengas de um desgraçado jogo de empurra, sem respeito pela democracia, pelos seus valores e num claro atentado à liberdade, diga-se, numa hora de tremendas dificuldades para o País, porque quer queríamos quer não, todo o fim, volta ao princípio e eles aí estão de volta, 50 anos depois do 25 de Abril.

É verdade eles estão de volta ainda que mais polidos, sem gabardines nem chapéus de abas largas…, mas andam por aí…E depois? Depois, bate-chapa e tinta Robialac…

O que os partidos desejam e defendem, é que as televisões transmitam, não aquilo que nos faz rir ou chorar, mas o que o País precisa de ouvir, e que promova uma verdade, que nos possa influenciar…

A SIC que vejo sempre tem rapaziada/homens e mulheres, com excepção de muitos daqueles que acima referenciamos, que às vezes aparecem para se animarem a eles próprios, que nada ajudam, nem os partidos, nem a democracia, nem os portugueses.

É urgente, que apareça uma ASAE, com outro nome e outras funções que nos ajude a perceber definitivamente o que está a ser a campanha eleitoral, porque os partidos e a políticos, o Pedro Nuno Santos, o Luís Montenegro, ou o Paulo Raimundo, por exemplo, valem muito mais, mas muito mais, que aqueles conversas de sacristia, ou seja, aquilo que os comentadores perigosamente nos vendem. É que um dia destes, os partidos políticos, pedem para a democracia parar durante 24 horas e deste modo, recusarem a participação dos órgãos da comunicação social, porque o País, precisa de serenidade, de confiança, antes que surja o apelo: LEVANTAI (outra vez) HOJE DE NOVO.

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