O “bichinho das viagens” vem desde que era criança, quando viajava com os seus pais e desde que se lembra de “ser gente”.
No seu currículo de viajante já soma 74 países, mas no seu coração ficou a Colômbia, Jordânia, Palestina, Laos e Bolívia, enquanto há outros que não gostou tanto como Kosovo, Israel e Paraguai.
Sempre com “pouco dinheiro no bolso” e a “dormir na rua quase sempre”, o que mais chama à atenção de Bruno Barbosa nas suas viagens “são as pessoas locais”.
“Adoro ver como vivem e comunicar o máximo possível com eles, pois gosto de me sentir como um deles”, é aquilo que o move: “adoro as pessoas”, confessa.
Ao longo das suas viagens já fez “amigos nos quatro cantos do mundo” e fez “amizades para a vida toda”.
“Já conheci tanta gente e tenho muita história engraçada para contar”, como costuma fazer através das redes sociais, nomeadamente na sua página de Instagram disponível em www.instagram.com/bruno_worldtraveller.
Histórias para partilhar
Uma das suas histórias aconteceu na Índia, onde acabou por “partir a cabeça e ir para o hospital de moto-ambulância”.
“Era uma mota toda podre, tipo Zundapp, e eu ia com a cabeça ‘aberta’. Não paguei nada, mas o hospital estava todo sujo e parecia uma prisão da Colômbia como aquelas que aparecem nos programas televisivos dos presos no estrangeiro”, descreve.
Durante essa aventura, o seu curativo foi feito com “pontas de fita cola que já estavam coladas numa parede”.
“Tiravam da parede e metiam na minha cabeça”, conta.
Ainda na Índia, houve outro pormenor que assistiu e o impressionou: “vi um cão comer um braço de uma pessoa”.
“Gosto de andar no meio da miséria e pobreza. Sinto-me melhor com as pessoas pobres”, salienta.
Já na Jordânia, que percorreu de ponta a ponta sempre à boleia, uma das suas viagens foi oferecida por militares.
“Eles eram tão porreiros que até tiraram a bandeira da Jordânia da sua farda militar e ofereceram-me para eu pôr na minha mochila. Na Colômbia também fizeram o mesmo”, refere.
Outra das suas histórias teve lugar nos Himalaias, no Nepal, tendo subido as enormes montanhas com uns ténis que comprou numa loja chinesa no Sri Lanka por 15 dólares”.
“Não estava nada preparado mas também foi uma grande aventura, feita sem guia”, confessa.
As suas viagens contam com “planeamento zero”, pois na sua opinião “os planos nunca correm como é suposto”.
“O melhor mesmo é ir com a ‘onda’ e é isso que eu faço. Acho mais engraçado”, explica.
Entre outras curiosidades, Bruno Barbosa conta ao ao JA que a única vez que foi assaltado aconteceu em Buenos Aires, na Argentina.
Apaixonado por andar de avião, o viajante considera-se como o “farense e algarvio mais marafado dos marafados”, confessando que nunca levou uma única vacina nem fez seguro para viajar, “inclusive na Índia”.
Sendo fluente em quatro línguas, o viajante encontra-se neste momento a aprender a falar árabe e tem a paixão pela fotografia e por “relatar a realidade do país”.
À boleia até à Suíça
Em agosto deste ano realizou uma nova aventura: depois de apanhar as alfarrobas da sua avó, voltou a colocar a sua mochila às costas e foi à boleia até à Suíça, passando por Espanha, Andorra e França.
“O sítio mais difícil de apanhar boleia foi em Espanha. Às vezes tinha de esperar duas ou três horas até conseguir”, confessa ao JA.
Já em França e na Suíça a dificuldade de conseguir boleia foi ultrapassada, pois só tinha de esperar cerca de 10 minutos até algum carro parar.
Para o futuro, Bruno Barbosa tem previsto “nunca parar”, apesar de gostar de conseguir um patrocínio, “pois quase ninguém, sobretudo no nosso País, viaja desta maneira tão maluca”.
“A vida é curta demais e o mundo é gigante. Quero e estou a tentar conhecer todos os países do mundo, com pouco dinheiro no bolso”, refere.