O plano de Varoufakis para o Eurogrupo em quatro pontos

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Ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis

O ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis vai dizer aos colegas na reunião do Eurogrupo, na próxima quarta-feira, que o “programa de ponte” que o novo governo grego pretende colocar em marcha assenta em quatro eixos: 10 novas reformas; excedente primário orçamental de 1,49% em 2015; trocas de dívida; e plano de emergência humanitária. As duas linhas vermelhas subjacentes ao plano Varoufakis são nem mais uma medida de austeridade e recusa de excedentes primários orçamentais superiores.

Os eixos do plano foram revelados na noite desta segunda-feira pelo jornal grego “Kathimerini” a partir de fontes do ministério de Varoufakis.

Os quatro eixos são os seguintes:

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– 30% das medidas do Memorando da troika são eliminadas e substituídas por 10 novas reformas a acordar com a OCDE; Varoufakis já havia dito que 70% das medidas são aceitáveis;

– O excedente primário orçamental para 2015 é revisto em baixa de 3% para 1,49%;

– A redução da dívida grega será concretizada através de um plano de trocas de dívida;

– O plano de emergência para resolver a crise humanitária é inegociável.

No plano financeiro imediato, Varoufakis quer receber os lucros de 1,9 mil milhões de euros obtidos pelo eurosistema em obrigações gregas e emitir Bilhetes do Tesouro – títulos de dívida de muito curto prazo – até 8 mil milhões de euros acima do teto de 15 mil milhões de euros já atingido. Pretende, ainda, que seja aumentado o teto de liquidez de emergência a fornecer aos bancos gregos pelo banco central grego, o que é quinzenalmente aprovado pelo Banco Central Europeu.

Em virtude do aumento da probabilidade de uma Grexit (saída da Grécia do euro) na perceção dos investidores financeiros, com Alan Greenspan a falar de uma saída do euro como uma questão de tempo e o governo britânico a revelar ter realizado uma reunião de preparação para a eventualidade do regresso do dracma, as yields da dívida grega dispararam no mercado secundário e a bolsa de Atenas afundou 4,75%. As yields das obrigações a 10 anos subiram quase um ponto percentual desde sexta-feira passada, fechando em 11,25%. A 5 anos, as yields subiram para 16,61%. O custo de segurar a dívida grega contra o risco de incumprimento aumentou para 2111,90 pontos base, depois de ter fechado a semana anterior em 1773,50 pontos base. Estes níveis implicam uma probabilidade de entrada em bancarrota num horizonte de cinco anos superior a 75%.

O contágio da turbulência grega fez-se sentir em todas as bolsas europeias, com destaque para os índices bolsistas da Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica e Helsínquia que fecharam a cair mais de 1%. O índice MSCI para o conjunto das bolsas europeias recuou 0,76% esta segunda-feira. À escala mundial, as bolsas caíram 0,39%.

No mercado secundário da dívida soberana, o efeito de subida nas yields registou-se nos casos espanhol, italiano e português, cujas yields a 10 anos aumentaram 12, nove e sete pontos base. As yields das Obrigações do Tesouro português fecharam em 2,53%.

RE

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