A OCDE recomendou hoje a realização de novos testes de stress à solvência dos principais bancos da zona euro para avaliar o potencial de desvalorização dos seus ativos.
“O estado de saúde do setor bancário continua a ser o principal risco para a recuperação da zona euro”, refere um relatório elaborado e divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), onde se avança que os testes devem ser efetuados periodicamente.
Apesar desta recomendação, a OCDE considera que os bancos reforçaram a sua posição e melhoraram a qualidade dos seus capitais próprios desde que rebentou a crise, mas “não eliminaram, provavelmente, todos os ativos tóxicos dos seus balanços e continuaram a registar prejuízos devidos aos efeitos desfasados da recessão”.
O relatório adianta que “as perdas potenciais dos ativos continuam a ser elevadas, pelo que um novo reforço da base dos seus capitais próprios se revela, sem dúvida, necessário para garantir uma oferta de crédito apropriada”.
Por este motivo, embora a OCDE recomende a retirada gradual das medidas de apoio ao setor financeiro, avisa que “novas operações de aumento de capital dos bancos poderão ser necessárias”.
O documento destaca ainda que a “vulnerabilidade dos bancos” continua a gerar tensões no mercado interbancário, embora “sem comparação” com as verificadas durante a crise.
Segundo a OCDE, as instituições financeiras dos países periféricos da zona euro têm mais dificuldades em se financiar no mercado interbancário devido à sua exposição aos elevados prémios relacionados com o financiamento das suas dívidas soberanas.
O relatório explica também que, apesar disso, as autoridades europeias já tomaram “medidas substanciais” para remediar os riscos associados ao setor financeiro.