A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou ontem a segunda resolução em que condena as violações de direitos humanos na Síria. No documento, a ONU pede o fim das ações violentas no país e recomenda que o presidente sírio, Bashar Al Assad, há 11 anos no poder, deixe o governo. A iniciativa, apoiada pelos países árabes, é a tentativa mais recente de mediar um fim para a crise.
A decisão, que tem apenas o peso de recomendação e pode não ser seguida pelo governo sírio, contou com 137 votos favoráveis. Mas houve 12 votos contrários e 17 abstenções.
Os governos da China e Rússia informaram que vão enviar representantes para a Síria. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Zhai Jun, irá a Damasco, capital síria, no dia 20. Em Pequim, o governante defendeu a busca de uma solução “correta e pacífica” para o conflito.
De acordo com grupos de direitos humanos, aproximadamente 7 mil civis foram mortos na Síria desde o início dos protestos contra Assad.
Ban Ki-moon considerou “lamentável” o veto da China e Rússia no Conselho de Segurança à resolução anterior e disse que a ausência de um acordo “não dá ao governo a licença para continuar seus ataques”.
Ao mesmo tempo, o governo da Síria informou que pretende fazer um referendo no próximo dia 26 para a elaboração de um novo texto da Constituição, encerrando o monopólio de poder do partido Baath, de Assad, e estabelecendo o limite de dois mandatos para a Presidência da República. Mas a oposição diz que esse texto mantém os privilégios do presidente.