OPA: BPI mantém-se cotado ou talvez não…

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O CaixaBank do grupo La Caixa pretende manter o BPI cotado em Bolsa, mas admite o contrário, no prospecto enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Entretanto o Caixa Bank reforçou ao Expresso que “mantém a intenção de que o BPI continue cotado em Bolsa”.

No anúncio preliminar da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI, o banco catalão afirma que se o Caixa Bank “atingir ou ultrapassar” 90% dos direitos de voto correspondentes ao capital social do BPI ou 90% dos direitos de voto abrangidos pela oferta, poderá recorrer ao mecanismo de aquisição potestativa. O Caixa Bank “reserva-se o direito de recorrer ao mecanismo da aquisição potestativa, previsto no Código dos Valores Mobiliários”, mas também esclarece que pode não usar estes direitos de “exclusão da negociação em mercado regulamentado”.

Para isso o CaixaBank terá de ultrapassar ainda algumas questões nomeadamente a desblindagem dos estatutos, já que, apesar do La Caixa ter 44,1% do capital do banco liderado por Fernando Ulrich, os direitos de voto estão condicionados a 20% . Essa eliminação terá de ser aprovada em assembleia geral agendada para o efeito e os restantes acionistas nomeadamente os de referência terão de acordar neste aspecto.

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A criação de valor, as sinergias e a atratividade do negócio são as justificações para o lançamento da OPA. Mas também a expansão internacional um passo sublinhado nas motivações apresentadas pelo acionista espanhol.

No entanto, nada se menciona quanto à participação de 50,1% do BPI no Banco de Fomento Angola (BFA), quer no que toca ás suas virtudes – tem sido responsável pela consolidação de lucros – nem no que toca agora ás suas desvantagens, nomeadamente sobre a pressão da exposição do BPI a dívida pública angolana que este terá de resolver por imposição do BCE.

Equipa e gestão de Ulrich elogiadas

Fazer crescer o BPI de forma mais acelerada conferindo-lhe vantagem competitiva são so argumentos do grupo espanhol para a investida no banco, esclareceu esta manhã, o CEO do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, numa conferência telefónica com analistas.

Diz ainda que o BPI pode beneficiar da recuperação da economia portuguesa, e que num contexto de crise a equipa e liderança de Fernando Ulrich “demonstraram ser bons gestores de risco”. É por isso que sublinha: “em tempos muito difíceis, a equipa de gestão fez um bom trabalho. É uma equipa de que gostamos muito e em quem confiamos”.

O líder espanhol, não deixa contudo de dizer que quer ver o “BPI reequilibrar os seus lucros em Portugal nos próximos anos”, e acrescenta que para isso “há muito trabalho para fazer…”.

Sinergias e ganhos são apontados como as boas intenções do acionistas do BPI para esta investida. Num dos documentos pode ler-se mesmo que o Caixa Bank trará sinergias de 130 milhões em 2017 e logo em 2016 sinergias de 100 milhões de euros, assim como o reforço dos rácios do BPI.

Esta não é uma OPA hostil já que terá sido concertada com o BPI e não terá sido uma surpresa para os analistas que têm acompanhado de perto o interesse e reforço de capital do banco catalão no BPI.

O espanhol La Caixa quer concluir a operação no segundo trimestre do ano.

RE

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