A organização do Rallye Casinos do Algarve, última prova do nacional de ralis, reconheceu esta semana, durante a apresentação do evento, os tempos complicados de crise nacional, que afetam diretamente toda a estrutura do desporto motorizado, daí a decisão de fazer este ano um rali “compacto” e “mais económico”.
A prova está estruturada para dois dias, com reconhecimentos e verificações esta sexta-feira, e com a vertente desportiva no sábado.
O rali apresenta novidades em termos de traçado, a começar pela inversão do sentido utilizado nas últimas edições. Será composto por uma tripla passagem nos troços do Chilrão (14,43 km) e da Fóia (11,85 km), e dupla passagem no troço de Monchique (11,62), totalizando 102,08 quilómetros cronometrados.
O centro nevrálgico será no Hotel Algarve Casino, na Praia da Rocha, e o parque fechado e assistências estará localizado na Zona Ribeirinha de Portimão. O pódio final está previsto para as 17h00 de sábado, em frente ao Hotel Algarve Casino.
Esta será a 40ª edição da prova, organizada pelo Clube Automóvel do Algarve desde 1993, e a décima levada a cabo nas estradas de Monchique e Portimão.
Apesar da reduzida lista de inscritos do campeonato de Portugal, a prova recorre à “prata da casa” para abrilhantar a competição. A ausência de alguns concorrentes abre as portas a um vencedor diferente, que irá estrear no lugar mais alto do pódio em provas do Campeonato de Portugal.
O favoritismo recai sobre os homens das quatro rodas motrizes, nomeadamente, Vítor Pascoal, Pedro Peres e Pedro Meireles, mas também há que contar com os concorrentes que disputam o Campeonato de 2 litros/2 rodas motrizes.
O interesse competitivo também passa pela prova dos elementos locais, nomeadamente Ricardo Teodósio, e a decisão da Taça de Portugal, com a presença dos dois candidatos ao Troféu. Isto sem esquecer as lutas internas pelo Regional Sul, entre os concorrentes das 4 (como Márcio Marreiros, Luís Nunes ou Luís Mota) ou das 2 rodas motrizes (com Pedro Lança e Gil Antunes).
A apresentação do evento contou com a presença de um painel de elementos ligados ao desporto automóvel e à estrutura autárquica que deixaram o seu testemunho sobre o rali face ao panorama atual.
João Aires, representante do presidente da FPAK, decidiu destacar a longevidade do rali, referindo que este é um dos eventos com “importância para o panorama desportivo nacional”.
Por seu lado, a vereadora da Câmara Municipal de Portimão, Isabel Guerreiro, elogiou o trabalho do clube, destacando o facto de “manter a prova no município apesar das contrariedades inerentes”, referindo-se à significativa redução dos apoios.
Discurso semelhante foi adoptado pelo presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, que apontou o momento como “ideal para encarar uma viragem com a capacidade de organizar bem com menos meios”. O autarca agradeceu a manutenção da prova na região, dizendo ser um “cenário ideal para a prática desportiva”.
A finalizar, o administrador do Casino Solverde no Algarve, Joel Pais, optou por destacar a parceria com a instituição, que já leva 15 anos e que espera “possa durar outros 15”.