Pedro Passos Coelho já falou com Paulo Rangel para o manter como cabeça de lista da coligação PSD/CDS às europeias. Terça-feira à noite, no Conselho Nacional do PSD, Passos omitiu a informação e remeteu o tema das europeias para mais tarde. “Não vou fazer a lista com três meses de antecedência”, afirmou, segundo relatos de presentes.
A direção do partido decidiu adiar a questão para depois dos Congressos dos dois parceiros de coligação, marcados para o arranque de 2014. O Conselho Nacional confirmou ontem o do PSD para 21, 22 e 23 de fevereiro e escolheu o Coliseu dos Recreios, em Lisboa – local da sucessão de Cavaco Silva, em 95.
Marco António Costa recusou estar em causa qualquer similitude. A não ser tratar-se também dum Congresso “histórico”, por acontecer num ano que , além de dar sinais otimistas de recuperação económica, assinala o fim do resgate português.
Na noite em que Passos anunciou ao partido que se recandidata e Rui Rio garantiu, numa reunião paralela à do PSD, em Lisboa, que não é candidato à liderança, Marco António, porta-voz do partido, convocou “todos” para o Congresso de Fevereiro para “festejarem” a reta final do cumprimento do programa de ajustamento.
Sobre as europeias, Passos Coelho garantiu que a moção que levará ao Congresso prevê listas conjuntas com o CDS, mas adiou mais pormenores. O objetivo é evitar que a negociação com o partido de Portas complique as reuniões magnas dos dois partidos.
O PSD admite como segura a eleição de oito eurodeputados – menos dois do que os 10 que elegeram da última vez – o que ameaça dificultar a negociação. Carlos Coelho quererá manter-se como nº2 de Paulo Rangel e o PSD gostaria de convencer o CDS a indicar uma mulher para nº3, por forma a incluir mais um dos seus candidatos em lugar elegível.
Mas a situação de queimar parte da quota das mulheres e parte da do CDS num só lugar parece rejeitada pelo partido de Portas, que quer Nuno Melo como o seu primeiro nome na lista.
Marco António Costa já tinha anunciado que as decisões finais das europeias ficavam para Março. Ontem, as diretas no PSD ficaram confirmadas pelo Conselho Nacional para 25 de janeiro.
Ângela Silva (Rede Expresso)
