Patronato aplaude François Hollande

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Na conferência de imprensa Hollande anunciou a acentuação da política de rigor, do controlo dos défices e da diminuição das despesas públicas

Aplausos do patronato e dos socialistas, críticas da esquerda comunista e dos sindicatos. A viragem “liberal” de François Hollande que, ontem, numa conferência de imprensa, disse ser “social-democrata”, é apoiada pelo patronato e por parte da direita francesa.

Com a proposta de um “pacto de responsabilidade” – redução de encargos das empresas de 35 mil milhões até 2017 contra a promessa de criação de empregos e de abertura à concertação social – o Presidente satisfez o grande patronato. “Se ele fizer realmente isso poderemos criar um milhão de empregos” diz Pierre Gattaz, chefe do MEDEF, principal confederação do grande patronato francês.

“François Hollande anuncia uma etapa corajosa para começar a levar a França e as suas empresas para condições de trabalho e de concorrência próximas de todos os seus vizinhos europeus”, afirma pelo seu lado, em comunicado, a ASMEP, associação de empresas de tamanho médio.

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Já as principais centrais sindicais são críticas. Para a CGT, de esquerda, Hollande “anuncia formalmente o fim do financiamento da política familiar pelas empresas e o seu credo, a redução dos encargos para melhorar as margens das empresas, leva-nos a um choque contra uma parede”.

A CFDT, mais moderada, espera para ver e anuncia um braço de ferro na concertação social: “Estamos mobilizados pelo emprego e somos exigentes sobre o conteúdo social, que ainda tem de ser definido até à concertação social”.

Quanto à FO, igualmente moderada, garante que as contrapartidas pedidas às empresas “são mais do que aleatórias” acrescentando: “A supressão das quotizações patronais para os subsídios familiares ameaça o futuro do ramo da família na segurança social”.

Na classe politica, os comunistas, aliados dos socialistas para a segunda volta das próximas eleições autárquicas, em março, protestam. “Estas medidas são um ataque profundo, uma destruição total do modelo social e republicano francês”, diz Pierre Laurent, líder do PCF.

Os centristas da UDI, bem como uma ala da direita da UMP, apoiam o pacto de responsabilidade. “Será preciso ver as medidas concretas, mas vai no bom sentido”, afirma Jean-Louis Borloo, presidente do partido centrista e ex-ministro de Nicolas Sarkozy.

Pelo seu lado, o líder da UMP, Jean-François Copé, reage com desconfiança. “François Hollande não é credível porque desde que é Presidente da República tem o hábito de fazer o contrário do que diz”, afirma o chefe do partido sarkozysta.

Na conferência de imprensa de ontem, que foi seguida por milhões de franceses devido aos problemas da vida privada do casal presidencial, François Hollande anunciou igualmente a acentuação da política de rigor, do controlo dos défices e da diminuição das despesas públicas.

Esta manhã, os socialistas respiram de alívio, considerando que o Presidente foi claro tanto sobre o “pacto de responsabilidade” como nas respostas muito bem estudadas sobre a questão muito delicada da exposição pública da sua vida íntima.

Mas os amores do Presidente devem continuar a dar-lhe dores de cabeça, porque ele prometeu “clarificar” a situação do casal presidencial até 11 de fevereiro, data de uma viagem de Estado aos Estados Unidos, na qual deveria ser acompanhado por Valérie Trierweiler, que continuava ontem internada num hospital de Paris.

RE

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