Presumível autor dos atentados tinha 22 anos e era dinamarquês

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A polícia dinamarquesa afirmou esta tarde, em comunicado, que o alegado autor dos dois atentados em Copenhaga, que provocaram dois mortos e cinco feridos, é um jovem de 22 anos, nascido na Dinamarca, conhecido pela polícia por anteriores “infrações à legislação sobre armas e violência”, assim como “ligações a bandos de delinquentes”.

O comunicado da polícia não avança o nome do jovem, mas vários órgãos de comunicação social dinamarqueses identificaram-no como Omar El-Hussein, que tinha saído da prisão apenas há duas semanas depois de ter cumprido pena por ter esfaqueado um rapaz de 19 anos num comboio em Copenhaga em 2013. As autoridades confirmaram que o jovem estava “no radar” da polícia.

Em causa estão dois atentados em Copenhaga ocorridos no sábado. O primeiro deu-se durante a tarde, num café onde se realizava um debate sobre liberdade de expressão no qual participava o artista sueco Lars Vilks, autor das caricaturas de Maomé publicadas em 2007, onde o profeta aparece desenhado no corpo de um cão.

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No debate estava também presente o embaixador francês na Dinamarca, François Zimeray, que assim como o artista sueco, também saiu ileso. O suspeito disparou dezenas de tiros do lado de fora do café, matando uma pessoa e ferindo três. A vítima mortal era um cidadão dinamarquês, realizador, com 55 anos, segundo confirmou a polícia em comunicado. Os três feridos, que estão fora de perigo, eram polícias.

O segundo atentado ocorreu já no início da madrugada, na sinagoga de Copenhaga, causando a morte a um homem de 37 anos, membro da comunidade e que estava de guarda ao local. O ataque provocou ainda ferimentos noutras duas pessoas. O presumível autor dos dois ataques viria a ser abatido pela polícia, ainda de madrugada.

No mesmo comunicado em que a polícia descreveu toda a situação desde o primeiro ataque no café, foi também explicado que as imagens do suspeito que começaram a ser divulgadas no sábado foram captadas por uma câmara de vigilância de uma escola. Essas imagens mostraram que o jovem chamou um táxi, o que permitiu depois localizá-lo.

Duas pessoas detidas

Durante este domingo, a polícia de Copenhaga conduziu uma operação num cibercafé perto do local onde foi abatido o jovem. Segundo os meios de comunicação locais, foram detidas duas pessoas.

“Trabalhamos na hipótese de a pessoa em questão ter sido inspirada pelos acontecimentos do Charlie Hebdo, em Paris”, disse à imprensa Jebs Madsen, dos serviços de informação. “Pode ter sido inspirado pela propaganda militante islâmica difundida pelo Estado Islâmico ou por outras organizações terroristas”, acrescentou.

A polícia adiantou ainda que a atenção se centra agora em perceber quais foram os movimentos do suspeito “antes, durante e depois dos ataques”, de maneira a perceber se o atirador teve apoio de outras pessoas.

A primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, classificou ainda no sábado o primeiro ataque como um “ato terrorista”. “Isto não é uma batalha entre o Islão e o Ocidente. Isto não é uma batalha entre muçulmanos e não muçulmanos. É uma batalha de ideias, baseada na liberdade individual e ideologia sombria”, frisou a chefe de governo numa conferência de imprensa, na manhã deste domingo, já depois do segundo ataque.

Também o presidente francês François Hollande se pronunciou sobre os atentados, que ocorrem pouco mais de um mês depois do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo. “A Dinamarca e a França são as mesmas nações, sentindo a mesma tristeza, mas também a mesma vontade de resistir, lutar e derrotar o terrorismo”, disse.

O artista sueco que estava presente no debate vivia sob apertada segurança desde a publicação da caricatura de Maomé em 2007.

RE

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