Projeto de Linha de Alta Velocidade tem de garantir ligação ao aeroporto de Faro

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Especialista garante: “Os TGVs não nascem por moda”

“Não há nenhum país onde o TGV não seja um sucesso comercial”, referiu o especialista Luís Moreira em Faro numa conferência que se realizou na Biblioteca Municipal de Faro. Convicto de que a opinião pública ainda não dispõe de todos os dados fidedignos para poder formar uma opinião sobre a linha de alta velocidade ferroviária, recorda que o tempo urge e que entretanto o projeto vai ficando mais dispendioso

Sofia Cavaco Silva

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“A Odisseia do TGV em Portugal” foi o tema da conferência que o especialista e fundador da empresa de estudos e realizações ferroviárias LUISFER, Luís Moreira, proferiu na passada sexta-feira, em Faro.
Apaixonado pela alta velocidade ferroviária desde a inauguração da primeira linha em França, em 1981, Luís Moreira lamenta que Portugal esteja “a perder o comboio” da alta velocidade. “Em Portugal não há maneira da primeira travessa ser colocada”, comentou com algum desalento.
“O tempo que já perdemos e não volta”, referiu com tom de quem tem a convicção de que a alta velocidade ferroviária vai chegar a Portugal mas muito mais cara do que se tivesse sido implementada ao longo da última década.
A linha de alta velocidade para o Algarve que está projetada tem a sua construção prevista já para a fase de conclusão e ligação da linha portuguesa à espanhola. Contudo, o especialista alerta que tal não invalida investimentos nos caminhos-de-ferro algarvios que promovam maior rapidez e melhor serviço às populações e turistas. A eletrificação das linhas atuais e a criação de ligações com menos paragens e portanto mais rápidas e a aproximação de algumas estações das cidades que servem são alguns dos investimentos importantes na região.
Contudo, Luís Moreira defende que este investimento não é conflituoso com a construção da linha de alta velocidade. O especialista diz que quando chegar o momento de “limar as arestas” do projeto de alta velocidade no Algarve é importante não esquecer a ligação estratégica ao aeroporto.

Os mitos do TGV à lupa

Em declarações ao JA, Luís Moreira, explicou que esta é uma das várias conferências que tem vindo a realizar em vários pontos do país e com as quais pretende desmistificar várias questões. Uma das questões que faz questão de explicar é que a distância entre os carris dos caminhos de ferro portugueses – designada por bitola – não se adapta à distância necessária para os comboios de alta velocidade. Essa é a razão pela qual não é possível que estas automotoras elétricas façam ligações a localidades que não fiquem abrangidas pelas linhas que vão ser construídas para o efeito. Além desta questão, importa ainda saber que as linhas convencionais estão preparadas para a velocidade máxima de 160 km por hora enquanto os comboios de alta comboios de alta velocidade precisam de carris que aguentem velocidades superiores aos 220 km/hora.
Fazendo uma análise sobre os custos do investimento, considera que a maior despesa está no investimento inicial que consiste na construção das linhas e adequação das estações que forem abrangidas. Luís Moreira garante que um avião de uma companhia aérea é mais caro que uma automotora elétrica de alta velocidade com as carruagens para passageiros. O especialista referiu ainda que um avião jumbo ou boing custa mais de 200 milhões de euros enquanto uma automotora elétrica de alta velocidade tem um custo médio de 20 milhões. “Não precisamos de ter centenas de TGVs”, assegurou. Outro dos aspetos que (…)

[peça publicada na íntegra na edição papel do JA de 16 de Setembro]

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