PS considera “erro” e “absurdo” Macário Correia querer criar horta urbana no centro histórico da cidade

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 O PS de Faro classificou de “erro” e “absurdo” a intenção de Macário Correia (PSD) querer criar uma “horta urbana” em terrenos da Cidade Velha onde há achados arqueológicas e pede “bom senso” na preservação do património cultural.

“O PS considera absurda a ideia de criar neste espaço uma horta, pelo seu valor cultural e localização. A melhor medida seria tornar este espaço visitável e encontrar uma solução para o projeto da Horta em solos agrícolas, nomeadamente no Patacão, onde a Câmara de Faro detém terrenos”, lê-se num comunicado enviado pelo PS/Faro à comunicação social.

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A Agência Lusa noticiou segunda-feira que a Câmara de Faro, liderada pelo social democrata Macário Correia, ia apresentar domingo, dia 10, o projeto “Horta urbana de Faro”, cujo objetivo é dividir o terreno da Horta da Misericórdia, na Cidade Velha, em 12 talhões para depois os distribuir, de forma gratuita, à população que queira fazer agricultura biológica.

A iniciativa tem uma “vertente ambiental” que promove a agricultura e sensibiliza a população para as alterações climáticas, tem uma “vertente social” para apoiar as famílias mais carenciadas a plantar os alimentos e uma “vertente urbanística”, que vai ajudar a lutar contra a desertificação na cidade velha e a criar novas dinâmicas com áreas de lazer, explicou a vereadora Teresa Correia.

Após ter tido conhecimento da intenção da Câmara, o PS/Faro mostra-se contra e recorda que a localização apresentada pelo executivo PSD, é num terreno com escavações arqueológicas, iniciadas em 1995 pela arqueóloga Teresa Júdice Gamito.

“É num terreno que tem escavações arqueológicas (…) onde foi descoberto um bairro que tem volumetrias de casas e ruas, construções que vão desde o período Islâmico até ao século XVIII”, argumenta o PS, recordando que para salvar os achados vai haver custos altos.

“Para realizar-se o projeto da “Horta Urbana” é necessário tapar os achados com telas e isolamentos especiais e repor terras, trazendo custos elevados. Tapar novamente o que tem sido explorado durante anos não tem qualquer sentido, ou bom senso”, lê-se na nota de imprensa.

Em 2009 a Câmara Municipal de Faro fez o registo geográfico das existências arqueológicas com a autorização e aprovação do IGESPAR.

Para o terreno da Horta da Misericórdia já esteve pensado um hotel de charme.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Até o título da iniciativa é “muito original”: «Faro que te quero verde». Teria que haver algum pudor, e respeitar os direitos de autor para este”coppy paste” infeliz. Mas penetremos nas intenções utópicas desta infeliz ideia de distribuir 12 talhões de terra para os farensenses irem dedicar-se à agricultura. Será que a população, “porque vive numa grande metrópole” não tem na sua cintura terras produtivas e disponíveis para se quiser irem semear batatas o fazer? Então num momento em que toda a gente foge da agricultura como o diabo da cruz, a edilidade farense tem esta atitude infeliz de mandar os outros cultivar e semear? Será que não se enxergam

  2. Independentemente da questão dos “vestígios arqueológicos”, está visto com esta infeliz polémica que alguns quiseram instalar, que o conceito de horta URBANA é algo ainda muito longínquo para certas mentalidades.
    Mas é precisamente por isso que existem acções de informação e sensibilização e projectos supranacionais que visam promover o conhecimento da importância (social, económica, ambiental e urbanística) da agricultura URBANA para as cidades do século XXI

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