António Costa convocou esta quarta-feira a Comissão Nacional do PS – o principal órgão partidário entre congressos – para o próximo sábado, às 15h30. A convocatória teve um efeito imediato: obrigou Francisco Assis a cancelar o almoço com os militantes descontentes do acordo à esquerda, que deveria realizar-se à mesma hora, na Mealhada – isto porque vários destes têm assento na Comissão Nacional. Ainda não está prevista nova data para o encontro.
No domingo seguinte, à noite, reúne-se a Comissão Política – o orgão executivo que deu (e renovou) mandato ao líder socialista para negociar com as forças partidárias à sua esquerda e que deverá agora caucionar o resultado, seja ele qual for, dessas negociações.
Esta segunda reuniões ocorre na véspera do Parlamento discutir o programa do Governo PSD/CDS e de, pelo menos PCP e BE, apresentarem uma moção de rejeição. O PS, na última reunião da Comissão Política, aprovou a possibilidade de também apresentar uma moção de rejeição. A concretização desta hipótese está dependente das negociações com comunistas e bloquistas chegarem (ou não) a bom termo. Ainda esta terça-feira Carlos César, presidente do PS e líder parlamentar, lembrava que sem acordo à esquerda não haveria moção de rejeição.
A haver acordo, resta saber se os três partidos se concertam na apresentação de um texto comum de rejeição do programa do Governo de Passos Coelho ou se continuam a apresentar cada um a sua. Nesse caso, só a primeira moção é que será votada – quem fará questão de ser o primeiro?
Cristina Figueiredo (Rede Expresso)