Quarta maior derrocada bolsista de 2011

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As bolsas mundiais caíram cerca de 3,4% no 1º de novembro. O risco de default dos bancos mundiais disparou, de novo. Espanha regressou ao “clube da bancarrota”. Itália sob stresse. Juros a 2 anos portugueses aproximam-se de máximo.

Em dia de todos os santos, nenhum deles valeu aos mercados financeiros. O anúncio pelo governo de Atenas, ao final de segunda-feira, de um referendo ao 2º pacote de resgate à Grécia foi o espoletador de nova derrocada a 1 de novembro.

As bolsas mundiais caíram ontem (1 de novembro) 3,38% e o sector financeiro quebrou, globalmente, quase 5%. Este crash sucedeu a uma quebra de cerca de 2,8% das bolsas mundiais e de cerca de 3,5% no sector financeiro cotado na segunda-feira (31 de outubro). As perdas acumuladas desta semana somam já mais de 6% para as bolsas mundiais e cerca de 8,5% para o sector financeiro cotado em bolsa.

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A derrocada de 1 de novembro é a 4ª maior de 2011. A recordista, até à data, a 8 de agosto, implicou uma queda das bolsas de 5%. Foi a segunda-feira negra de 2011, depois de no final de 5 de agosto (uma sexta-feira) a Standard & Poor’s ter baixado a notação da dívida norte-americana. Seguem-se, por ordem decrescente: a quebra de quase 4,5% a 22 de setembro – uma 5ª feira negra – depois da frustração dos investidores com o anúncio da Operação “Twist” pela Reserva Federal (Fed) norte-americana e a queda de 4,2% a 18 de agosto (com o pânico financeiro que se gerou de que a Fed não iria lançar novo programa de “alívio quantitativo” – QE, no acrónimo em inglês – no encontro anual de Jackson Hole que se realizaria a 26 e 27 desse mês).

A decisão grega pode ser considerada o 3º apertar do gatinho dos últimos 6 meses, depois da baixa de notação da dívida americana pela Standard & Poor’s e da opção por uma Operação “Twist” por Ben Bernanke, o presidente da Fed, em vez de um terceiro programa de QE, esperado pelos investidores.

Tsunami na banca mundial

Depois do disparo no custo dos credit default swaps (cds, seguros contra o risco de bancarrota) dos principais bancos mundiais na segunda-feira, a que nos referimos, um verdadeiro tsunami varreu a banca na terça-feira. O custo dos cds subiu mais de 5% em 18 bancos internacionais.

Em dois casos subiu mesmo mais de 20%: Crédit Agricole francês (o preço de segurar contra a bancarrota do banco aumentou 23,67%) e Barclays inglês (o preço subiu 20,21%). Em 7 casos subiu mais de 10% – por ordem decrescente: UniCredit italiano, Deutsche Bank alemão; Bank of Sctoland inglês; Santander espanhol; Morgan Stanley norte-americano; Standard Chartered asiático; e Lloyds inglês.

Clube da bancarrota reforça-se

A decisão do governo grego de um referendo no final do ano ou em janeiro de 2012 – ou em alternativa a precipitação de eleições antecipadas – aumentou o nervosismo dos investidores internacionais. A hipótese de negociarem um “corte de cabelo” (hair cut, na designação técnica) de 50% da dívida soberana em mãos de privados (cerca de 65% do total de €364,4 mil milhões) é mais favorável do que um default puro e simples, que poderá implicar um corte de cabelo de 75%, pelo menos.

A reação negativa nos mercados da dívida foi ontem imediata: Itália e Espanha foram os “periféricos” mais penalizados.

A Itália viu o custo dos cds ligados à sua dívida soberana ultrapassar a linha vermelha dos 500 pontos base, fechando em 519,15, com um risco de bancarrota de 36,39%, conservando o 8º lugar no “clube da bancarrota” (o grupo dos 10 países no mundo com mais elevada probabilidade de entrarem em incumprimento), segundo dados da CMA DataVision. Hoje (2 de novembro), na abertura, o custo dos cds para a dívida italiana mantém-se acima dos 500 pontos base. As yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) dos títulos do Tesouro italiano a 10 anos fecharam em 6,19%, num patamar de juros próximo da linha vermelha dos 7%, segundo dados da Bloomberg.

Sem surpresa, a Espanha regressou ao “clube”, re-entrando para o 10º lugar, desalojando a Croácia, com quem tem andado num jogo de gato e do rato. O custo dos cds para a dívida espanhola aproximou-se dos 400 pontos base e o risco de default fechou ontem muito próximo dos 29%. A Espanha havia saído do “clube” a 22 de setembro, para re-entrar a 18 de outubro, voltar a sair, re-entrar a 22 de outubro e sair de novo. Hoje (2 de novembro), o nosso vizinho peninsular conserva o posto. As yields das obrigações espanholas a 10 anos fecharam ontem em 5,52%.

Novembro começa com o “clube da bancarrota” albergando, de novo, cinco membros da zona euro: Grécia, a liderar, com quase 93% de risco; Portugal, em 2º lugar, com quase 60%; Irlanda em 6º com 48,29%, Itália em 8º com 36,39% e Espanha em 10º com 28,98%. O “clube” conta com mais um membro da União Europeia, a Hungria, em 9º lugar, com 32% de risco.

Sinal de alarme em Portugal

Portugal viu o sino de alarme tocar. As yields das obrigações do Tesouro português a 2 anos fecharam ontem em 20,30%, já muito próximo do máximo histórico, desde a adesão ao euro, alcançado em 18 de julho, com um nível de 20,36%. Hoje (2 de novembro) abriram a subir, estando em 20,31%.

JA/Rede Expresso

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