Que escola? Que futuro?

Lígia Martins
Lígia Martins
Educadora de Infância e Dirigente Sindical do SPZS

No começo do ano letivo, repetem-se os problemas, os velhos problemas. Todos os anos letivos começam assim. As soluções que se apresentam, não são soluções, são remendos. Medidas avulsas que tapam de um lado e destapam de outro. Vivemos assim há tempo demasiado.


Não são valorizados os professores, não se investe na escola pública e quem sofre as consequências de forma direta são os alunos, é o país.


É urgente debater com todos (partidos políticos, sindicatos, associações de pais, associações de estudantes e restante comunidade), o que se pretende para o nosso país, para a nossa escola, que modelo, que caminho seguir.


Enquanto esse debate alargado for adiado, enquanto não se definirem prioridades, vão continuar a existir alunos sem professores, professores desmotivados, respostas sociais insuficientes, falta de pessoal auxiliar, falta de técnicos especializados…


Enquanto se achar que a escola pública é um custo e não um investimento no país, enquanto se tentar normalizar o facto de haver alunos sem professor, hipoteca-se o futuro de todos, hipoteca-se o futuro do país.


E a prova disso está à vista de todos, no Orçamento do Estado para 2023. O governo do partido socialista prevê uma redução do investimento na educação em 7,6%. Para além disso, continua a desvalorizar os salários, constatando-se que os professores perderam, em 12 anos, 24% do seu poder de compra.


Os professores e educadores e o seu sindicato de classe sabem o que querem:
Querem meios para trabalhar.
Querem mais professores, mais técnicos e pessoal auxiliar nas escolas.
Querem ter concursos mais justos (graduação profissional).
Querem uma escola verdadeiramente inclusiva, democrática e de qualidade para todos.
Querem turmas mais reduzidas.
Querem a vinculação e uma aposentação justa.
Querem os horários de trabalho regulados.


Os sindicatos da FENPROF têm apresentado proposta, medidas concretas para a resolução dos problemas, mas os sucessivos governos teimam em não as acolher.


No próximo dia 2 de novembro, enquanto o Ministro da Educação, João Costa, estiver na Assembleia da República, defendendo o indefensável, o subfinanciamento da educação, os professores estarão em luta, em GREVE e numa concentração em frente à Assembleia da República, pela escola pública, pela carreira, pelos alunos, pelo país. É por isso que lutamos! Sabemos que investindo na escola pública, investimos no futuro de todos, investimos no futuro do país.

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