Recolhidas mais de 2.200 peças dos depósitos dragados do rio Arade e ria de Alvor

As peças que “já perderam o seu contexto arqueológico de origem” foram recolhidas desde o ano 2000

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Mais de 2.200 peças do período pré-histórico até à atualidade foram recolhidas dos depósitos dragados do rio Arade e da ria de Alvor, em Portimão, no âmbito de um projeto de prospeção com detetores de metais.

“São objetos metálicos que abarcam todas as tipologias, desde os de uso diário, rituais, a instrumentos relacionados com profissões”, disse a arqueóloga Vera Freitas, uma das responsáveis pelo projeto DETDA.

As peças que “já perderam o seu contexto arqueológico de origem” foram recolhidas desde o ano 2000, no âmbito do projeto IPSIIS/DETDA – Prospeção com Detetores de Metais nos Depósitos de Dragados do Rio Arade e da Ria de Alvor.

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Segundo Vera Freitas, o objetivo central do projeto é manter trabalhos de “prospeção de bens descontextualizados”, com o uso de detetores de metais, “o que permite a salvaguarda de um espólio que, de outra forma, ficaria irremediavelmente perdido”.

“No total foram recolhidas 2.257 peças dos mais variados tipos, presumindo-se que algumas sejam provenientes de naufrágios, de zonas de fundeadouro, perdas ocasionais ou de populações das margens do rio e da ria”, apontou.

Embora se desconheça o seu contexto de origem, os objetos “têm uma cronologia que vai desde a pré-história até à atualidade”, realçou a arqueóloga.

A prospeção é feita voluntariamente por membros da Associação Projeto IPSIIS, sob a supervisão de duas diretoras de intervenção, a quem cabe enquadrar cientificamente a prospeção e recolha do espólio, a investigação, conservação, restauro e divulgação.

“Penso que se trata de um projeto único no país, até porque a utilização de detetores de metais está regulamentada e carece de autorização legal”, notou Vera Freitas.

Segundo a responsável, o enquadramento das atividades está definido num protocolo assinado entre o Museu de Portimão e a Associação Projeto IPSIIS, em colaboração com as antigas direção-geral do Património Cultural e regional de Cultura do Algarve.

Os objetos encontrados pelos membros do grupo autorizados a utilizar detetores de metais, são depois entregues ao Museu de Portimão.

Parte do espólio encontrado nas areias dragadas do rio Arade e da ria de Alvor pode ser visto na exposição “Histórias que o Mar nos traz”, patente até novembro, no Museu de Portimão.

“Esta exposição pretende dar um sentido a este conjunto de peças e apresentá-lo de uma forma que os visitantes conseguissem ter uma antevisão do que seria a ocupação das margens do rio Arade, desde a pré-história à atualidade”, concluiu Vera Freitas.

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1 COMENTÁRIO

  1. Para quando, a estafada e badalada dragagem do Rio Arade, até Silves, a fim de permitir que embarcações de maior calado possam subir o rio, como o fizeram os barcos dos Cruzados alemães e ingleses, em 1189, na primeira das reconquistas da cidade aos muçulmanos, em auxílio ao nosso rei D. Sancho I, quando se dirigiam à Terra Santa ?

    Rio que está na origem da fundação da própria Silves e tinha sido já, desde a Idade do Bronze, veia de penetração de outros povos, designadamente, Fenícios, Gregos e Cartagineses (estes igualmente semitas, como os Fenícios), atraídos pelas riquezas das minas de cobre e de ferro, de que a região era tão pródiga.

    Para quando, gente, algo que, sem dúvida, contribuiria para dar vida turística, dividendos à economia de uma cidade, que, segundo alguns autores, no período áureo muçulmano, chegou a eclipsar Lisboa, quer em dimensão, quer em importância e que agitaria igualmente a modorra crónica de uma linda cidade, plena de história ?

    Para quando ?

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