Remate certeiro: De Zeca Afonso a Ary dos Santos

De Zeca Afonso a Ary dos Santos
Dos Vampiros a Era uma vez um País…

Lá longe, mas cada vez mais perto, pois a balística mais apurada pode percorrer mais de dois e quinhentos mil quilómetros, a GUERRA NA UCRÂNIA vai sobrevivendo, MATANDO e arrasando tudo e todos, enquanto, por aqui, e já nem nos lembrávamos, vamos ter um novo governo chefiado por António Costa.


É bom pensar-se que vamos mesmo ter um novo governo, ainda que possamos acreditar, o que lamentaríamos, pois seria mau se mesmo baralhadas, as figuras fossem as mesmas.


Já o dissemos por várias vezes que ainda não era nascida, muita rapaziada, que anda por aí aos gritos a falar de democracia, já nós eramos no pensamento, na voz e nas acções adeptos do Largo do Rato, mas em como todas as coisas da vida, não foi naquela maternidade, que nasceram os únicos bons filhos do mundo, pelo que também anda por ali, muita rapazia, que faz parte do fungagá da bicharada.


Acreditamos, que embora António Costa renove com alguns ou algumas figuras que a nós não nos dizem nada, mas ao mesmo tempo com muitas outras que reacendem a vela da esperança, na constituição de um Governo capaz de governar Portugal, defendemos que MAIORIA ABSOLUTA, nunca fará sair da incubadora um GOVERNO ASOLUTO.

Zeca Afonso e os seus Vampiros


Exige-se agora uma PRIMAVERA, que ponha fim a um exagerado encolhimento sobre as questões sociais, desde a saúde às pensões; desde a dignidade de um tecto à justiça social e decisivamente ao fim do folclore que se vem embandeirando nos tribunais, que cada vez mais estremecem perante o chicote de alguns escritórios de advogados, cujo DIREITO, lhes permite alimentar o DIREITO À CORRUPÇÃO, AO ADIAMENTO DOS GRANDES JULGAMENTOS, de uma mão cheia de cromos, inspiradores dos VAMPIROS, de Zeca Afonso:

No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vêm em bandos
com pés de veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada

A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas

Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei

Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos

Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo

E não se esgota
O sangue da manada·

Se alguém se engana
Com o seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

Em breve os noticiários regressarão às páginas da PANDEMIA, como se a mesma nos últimos meses tivesse estado de férias, às quais se juntarão os primeiros sinais do nosso desequilíbrio cultural, mental e humano, não apenas em relação aos que fogem da guerra e aqui procuram a paz, mas também aos nossos velhos, aos nossos desempregados, aos nossos doentes, alguns ainda dos tempos dos chamados DOENTES DA CAIXA, com o velho João da Semana, e que na minha terra eram o Dr. Raúl Folque e Dr. Prazeres, e por vezes, mas menos vezes, o Dr. Nunes, e em Loulé, segundo fui investigando e lendo, encontrámos os Drs. Bernardo Lopes Francisco Inêz, Batalim, João Barros Madeira, entre tantos outros.


É o regresso aos editais da Direcção Geral de Saúde, aos panfletos dos cuidados a ter e não ter, é no computo geral, o nosso regresso às lendas do passado.


Dizia no outro dia o Dr. Marques Mendes, que iríamos ter agora um governo mais ao centro. Perante isto era para meditar, mas não, acabei por me ir DEITAR não encontrando, apesar do forte solavanco com que sai do sofá, resposta alguma que me levasse a perceber as palavras de Marques Mendes, que após isso, trouxe para a montra do seu comentário, quatro figuras do PS, na sua opinião todos governáveis, e que vão fazer guerrilha interna na sucessão de António Costa. O bruxo de Matosinhos não faria melhor.


Pedro Nuno Santos, Mariana Vieira da Silva, Fernando Medina, Ana Catarina Mendes, vão ser no chamado escrutínio antecipado, do Dr. Marques Mendes, antigo Secretário de Estado da Comunicação Social, uma espécie de intentona contra António Costa e na consequente fragilização do seu futuro governo.


E como estamos em matéria de palpites, destas destacadas figuras do Largo do Rato, gostamos de Mariana Viera da Silva. PONTO FINAL, PARÁGRAFO E SEGUE NA OUTRA LINHA.


Aguarda-se com expectativa, EU AGUARDO, a constituição do novo Governo, que será mais curto, isto é, terá menos gente, o que poderia ser uma tragédia, se os que não entram fossem para o desemprego. Mas não será bem assim. Menos gente será um facto importante para a coesão, e para os importantes cenários de exigências, que cabem a um governo, que após uma PANDEMIA, que ainda reside por aqui e em todo o mundo, enfrenta agora, para já os cacos em que se transformaram as populações que fogem à guerra, os desesperos financeiros dos combustíveis e a necessidade urgente, que se reequipar a ASAE, porque se não morrermos da doença dos preços, vamos morrer da cura.


Restaurar a confiança e o optimismo dos portugueses, perante as novas batalhas que se anunciam, pois a pandemia e o actual regresso ao petróleo, e ao aumento substancial do plástico, acabámos também por adiar as graves questões do clima, pois há muito que se vem afirmando, e denunciando, que não existe Plano B, com a própria guerra a mostrar, que esta é mais retórica, que narrativa a seguir, porque quem manda no mundo, não quer saber nada disso.


Quando em 2014, alguns governos pertencentes à NATO venderam armas a Putin, pensavam que este ia montar uma barraca de tiros, mesmo que alguns não tenham percebido a mensagem enviada por Putin, quando da recepção das armas: Não se esqueçam que estas armas que me venderam, são para disparar contra vocês.


Aqui, importa assumir, que mais que os castiçais, é urgente salvar as pessoas, mas não rejeitar a ideia, de que aqueles que acolhemos, não comecem as ser atormentados, como quem entra numa nova guerra, como lemos na imprensa, sobre o que aconteceu numa herdade alentejana, em Évora, onde os que fogem da guerra, aqui também não encontraram a paz…

“Era uma vez um País…


Começou a primavera, que está a ser abençoada pela CHUVA, quando estamos perto de subirmos à varanda do tempo para contemplarmos os 48 anos do 25 de Abril, logo estamos a pouco mais de um mês de saltarmos a fasquia que nos retirou de 48 anos de fascismo. Apetece-me lembrar Ary dos Santos:

“Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.

Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.

Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado. […]”

Neto Gomes

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