Revisão do PDM traz “respostas de habitação e combate à desertificação”

Dezembro de 2023 é o prazo limite para a revisão do PDM

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A Câmara Municipal de Loulé anunciou esta semana algumas medidas que serão enquadradas em sede de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), processo em curso, e que serão “fulcrais para encontrar as soluções no âmbito da Estratégia Local de Habitação, bem como para responder aos problemas da interioridade que afetam a serra algarvia”.

O PDM foi um dos assuntos em destaque na conferência de imprensa dedicada ao balanço do primeiro ano do mandato 2021/25. Esta é uma matéria que terá impacto “na gestão do ordenamento do território e na tomada de decisões estratégicas por parte da autarquia, mas terá, sobretudo, um reflexo direto na vida das pessoas”, refere o município. Os trabalhos de revisão do PDM continuam em curso e “estão numa fase bastante intensa em que já se avançou muito”.

Até ao momento, o executivo tem recebido “contributos quer da parte dos deputados municipais, presidentes de juntas de freguesia e dos próprios vereadores, que estão a ser encaminhados para uma versão final do documento”. No entanto, antes da apresentação à CCDR Algarve que preside a Comissão Consultiva da revisão do PDM, a autarquia quer ouvir também a sociedade civil, nomeadamente “clubes e associações desportivas, IPSS, autoridades escolares e associações empresariais”.

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Uma recente alteração legislativa veio permitir que a submissão da proposta à CCDR Algarve possa ocorrer até 31 de outubro de 2022 e, visto tratar-se de um processo que se quer “muito participativo” e como tal mais moroso, o presidente da autarquia, Vítor Aleixo, adiantou que serão necessários “mais um ou dois meses para estimular a participação”. Por imperativos legais, durante este período, o município ficará temporariamente impedido de aceder a novos fundos comunitários e nacionais, excetuando nas áreas da saúde, educação, habitação e apoio social.

Habitação e combate ao declínio económico e social do interior são “duas preocupações às quais se pretende que este instrumento de gestão territorial venha a dar resposta”, como adiantou Vítor Aleixo. “A carência de habitação acessível às classes de rendimentos intermédios e à população com maiores dificuldades socioeconómicas poderá ter no novo PDM um mecanismo para agilizar as respostas” afirma.

“Na revisão do PDM vamos ser profundamente inovadores”, sublinhou, por seu turno, o vereador David Pimentel, enumerando três medidas previstas no documento: a majoração do índice de edificabilidade para habitação a custos controlados; zonamento específico para habitação a custos controlados; e a possibilidade de, nas áreas para equipamentos (escolares, desportivos, etc.) destinar uma percentagem de edificabilidade de habitação a custos controlados.

Já Vítor Aleixo acredita que estas três abordagens, passíveis de virem a fazer parte do PDM, poderão constituir-se, no futuro, como uma “defesa de um mercado imobiliário que é global, que inflaciona preços todos os dias e que deixa de fora muitos jovens em início de vida, muitas famílias que não têm rendimentos para contrair um empréstimo bancário para uma habitação”.

A outra medida estrutural prevista no novo PDM está relacionada com “a flexibilidade que vai existir para o interior do concelho de Loulé, em nome da coesão territorial, do combate à desertificação, ao despovoamento e ao envelhecimento da população que aqui habita e do combate ao declínio económico”.

“O PDM vai propor medidas pontuais, mas numerosas em todo o interior do concelho de Loulé exatamente para combater esse declínio”, reiterou.

Dezembro de 2023 é o prazo limite para a revisão do PDM, sendo que após a pronúncia por parte das entidades que integram a Comissão Consultiva, será a proposta objeto de discussão pública e de aprovação pela Assembleia Municipal. O autarca justifica a morosidade de um processo há muito aguardado por todos: “É um concelho enorme, que concentra em si todas as realidades de Portugal, com zonas muito dinâmicas, economicamente pujantes e, depois, outras com problemas idênticos ao interior do resto do País”.

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