Risco de bancarrota portuguesa: novo máximo, acima de 67%

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A probabilidade de incumprimento da dívida soberana atingiu quarta-feira, no fecho do mercado, 67,05%, um novo máximo. O custo dos seguros contra o risco de default fechou, pela primeira vez, acima dos 1300 pontos base.

A evolução do risco de incumprimento da dívida soberana ao longo do dia de quarta-feira (25 de janeiro) já apontava para que se atingisse um novo máximo.

No fecho do mercado da dívida, a probabilidade de incumprimento acabou por atingir os 67,05%, segundo dados da CMA DataVision. Na terça-feira havia fechado em 66,78%, o anterior máximo.

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O custo dos seguros contra o risco de incumprimento – os designados credit default swaps, cds – da dívida portuguesa a 5 anos ultrapassou, pela primeira vez, ao final da manhã os 1300 pontos base, e acabou por fechar em 1304,86%. Aumentou 21% entre 3 de janeiro e hoje. A ultrapassagem do limiar dos 1300 pontos base foi hoje notícia em todos os principais media financeiros do mundo.

O que este número dos 1300 pontos base significa é que ronda os 1,3 milhões de dólares o prémio anual para segurar, contra um default, dívida soberana portuguesa a 5 anos no valor de 10 milhões de dólares.

Aflição de crédito

Recorde-se que, este mês, a probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa já fixou novos máximos nos dias 16, 18, 19, 24 e 25. O limiar dos 66% foi ultrapassado durante o dia 18 de janeiro e o limiar dos 67% esta quarta-feira (25 de janeiro). No caso grego, o limiar dos 66% e dos 1300 pontos base foi atingido a 18 de abril de 2011.

Neste frenesim de janeiro acumulam-se vários factos – desde o corte de notação da dívida portuguesa para nível especulativo pela Standard & Poor’s, ao recente artigo do Wall Street Journal sobre a probabilidade do Tesouro português não conseguir regressar ao mercado de dívida em 2013, até às próprias palavras do chefe da Confederação da Indústria Portuguesa apontando para a necessidade de um pacote adicional de €30 mil milhões em declarações na quarta-feira à Reuters.

Segundo a agência financeira Markit, em relação à dívida portuguesa há já “vários dealers [deste mercado dos cds] que, em vez [dos pontos base] do spread [como referido acima], estão a cotar [a dívida] em pontos à cabeça (points upfront)”, o que já vem acontecendo com os cds para a dívida grega desde setembro de 2011. Cotar com “pontos à cabeça” implica obrigar a pagamentos à cabeça nos contratos de cds por parte dos compradores deste tipo de seguros financeiros. Esta cotação à cabeça surge quando os spreads ultrapassam limiares muito altos. “O que é um indicador típico de aflição de crédito”, diz a Markit.

O movimento altista de hoje abrangeu, ainda, a Itália, que fechou com um risco de incumprimento de 31,77%, ligeiramente acima do valor de fecho de terça-feira, e Espanha que fechou em 27,88%, também ligeiramente acima do valor do dia anterior.

JA/Rede Expresso
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