Risco e juros de Espanha e Itália prosseguem subida

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Os mercados da dívida soberana abriram com a continuação da pressão sobre a dívida dos dois países. Juros das obrigações espanholas a 10 anos abrem em 6,83%. Risco de incumprimento de Espanha, de novo, acima de 40%.

Os mercados da dívida continuam a sinalizar a nova fase da crise da dívida soberana dos países “periféricos” da zona euro, em que grandes economias membros da zona monetária única passaram a estar no centro da tempestade financeira.

Espanha e Itália, respetivamente a quarta e a terceira economias da zona euro, aproximam-se da zona vermelha em que os mercados privados de financiamento das dívidas se poderão fechar.

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As yields (juros) das obrigações espanholas a 10 anos, no mercado secundário da dívida, prosseguem a aproximação à barreira dos 7%. Hoje abriram, a subir, em 6,83%, e situavam-se há minutos em 6,86%, segundo dados da Bloomberg. Por outro lado, os juros dos títulos do Tesouro italiano no mesmo prazo abriram em 6,26% e situam-se em 6,25%.

Comparando com sexta-feira passada, antes do anúncio formal pelo governo de Madrid da intenção de solicitar a Bruxelas uma linha de crédito de resgate da banca espanhola, os juros subiram de 6,21% para o atual patamar dos 6,8% no caso de Espanha e de 5,77% para o atual nível de 6,2% no caso de Itália. O efeito do resgate “suave” (como foi apelidado) e focalizado (num só sector, o bancário) em Espanha e do desenvolvimento, segundo muitos analistas, de uma crise política em Itália, é evidente no mercado secundário da dívida. Não tem havido sinais de que o Banco Central Europeu tenha reativado o seu programa de compra de títulos soberanos no mercado secundário, conhecido pela sigla SMP.

O corte de notação da dívida espanhola, ao final do dia de ontem, por duas agências de rating – a Egan-Jones e a Moody’s – no mesmo dia está a influenciar o sentimento nos mercados. Os argumentos das duas agências são similares – o aumento do peso da dívida no PIB para níveis acima de 90% em 2013 se se concretizar o resgate convergindo com um declínio do crescimento e uma subida do “buraco” nos encargos do Estado no terreno social e nos juros. O “buraco” é calculado pela Egan-Jones em 85 mil milhões de euros por ano (50% do PIB português em 2011).

Por seu lado, a Moody’s alerta para a probabilidade do fecho dos mercados internacionais ao financiamento da dívida espanhola e a progressiva dependência de Madrid da compra pelos bancos domésticos das emissões de dívida, compra essa que depende do recurso por esses bancos às operações de liquidez por parte do Banco Central Europeu.

A probabilidade de incumprimento da dívida espanhola num horizonte de cinco anos subiu, de novo, acima de 40%, na abertura do mercado, segundo dados da CMA DataVision. O mesmo movimento se observa no caso de Itália, com o risco a subir para perto de 38%.

Jorge Nascimento Rodrigues (Rede Expresso)
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