O primeiro-ministro anunciou este domingo à noite que o Governo optou por uma saída limpa do programa de assistência financeira, a 17 de maio, garantindo que é a “escolha certa na altura certa.”
“Hoje, em Conselho de Ministros, o Governo decidiu que sairemos do programa de assistência sem recorrer a qualquer programa cautelar”, declarou Passos Coelho em São Bento, acompanhado pelos ministros.
Segundo o primeiro-ministro esta é a escolha que “defende mais eficazmente os interesses de Portugal e dos portugueses e que melhor corresponde às suas justas expectativas.”
Passos Coelho justificou a saída limpa com base no sucesso do programa de ajustamento, sublinhando que a opção conta com o apoio da União Europeia. “Fazemos esta escolha, porque a estratégia de regresso aos mercados foi bem-sucedida, porque fizemos enormes progressos na consolidação orçamental e porque recuperámos a nossa credibilidade. A nossa escolha está alicerçada no apoio dos nossos parceiros europeus, que de forma inequívoca o manifestaram fosse qual fosse a opção que viéssemos a tomar”, garantiu.
Reconhecendo que os sacrifícios foram “duros”, Passos Coelho referiu que o programa está no “bom caminho” para a sua conclusão, a 17 de maio, como confirmou a 12ª e última avaliação pela troika.
“O programa colocou a economia portuguesa no caminho da solidez das finanças públicas, da estabilidade financeira e da competitividade. (…) Temos reservas financeiras para um ano, que nos protegem de qualquer perturbação externa. Temos a confiança dos investidores e os juros da nossa dívida estão em níveis historicamente muito baixos. Temos excedentes externos como não acontecia há décadas”, acrescentou.
Apontando críticas à falta de “consenso”, que obrigou o Governo a alterar medidas durante este processo, o primeiro-ministro alerta que será necessária a mesma responsabilidade orçamental e a mesma “determinação” dos portugueses no pós-troika.
“Há um longo caminho a percorrer e não é de um dia para o outro que gozaremos de todos os benefícios de sermos autónomos”, adverte.
No entanto, assegura que o país está no “caminho certo” para não se aproximar de um colapso. “O meu compromisso é o de não seguir uma política de estagnação e irrresponsabilidade que nos conduziu para o precipício e liderar o processo de mudança reformista para trazer prosperidade, corrigir injustiças e desigualdades. Podemos estar tranquilos esta é a decisão certa. (…) Esta não é a hora de voltar atrás”, garantiu.
RE