“Se fosse um pai sírio, também faria tudo para fugir”

ouvir notícia

.

Foi um arranque virado para o que podemos esperar nos próximos tempos, sem esquecer os temas que dominam a atualidade, como não podia deixar der ser. A conferência “Futuro do Crescimento” começou com um discurso contundente do ex-presidente da Comissão Europeia sobre a situação dos refugiados e o que eles podem signficar para o futuro da Europa.

“Ao lado dos refugiados, a crise financeira é algo menor”, declarou, perante a plateia de figuras ilustres que marcou presença no Hotel Ritz, em Lisboa. Organizado pelo Expresso e o Fórum de Administradores de Empresas (FAE), em parceria com a Accenture, o projeto junta empresas, centros de pesquisa, economistas e representantes institucionais para perceber por onde vão passar os caminhos do crescimento.

Durão Barroso não se furtou a estes temas, ao mesmo tempo que deu ênfase à situação dos emigrantes: “Precisamos de evitar novos guetos na Europa.” Na sua opinião, é essencial implementar “um plano consistente para integrar estas pessoas” para que “aprendem as línguas e entrem no sistema.” Apesar de admitir não haver uma solução óbvia “a curto e médio prazo” é “óbvio” que eles têm de ser aceites: “É um dever moral. Se fosse um pai sírio numa cidade a ser destruída, também faria tudo para fugir.”

- Publicidade -

Reformas estruturais

Numa situação de grande agitação social, esta massa humana pode ser uma componente essencial das respostas que têm de ser dadas à nova realidade demográfica e financeira. “Mais bebés, mais migrantes, ou ambos” vão ajudar a sustentabilidade e a dar mais condições de futuro aos países.

Durão Barroso disse que ainda sentimos efeitos da crise financeira de 2008. “O mundo não é o mesmo, é muito complicado voltarmos a ter taxas de crescimento tão elevadas como previamente.” Torna-se importante apostar no “desenvolvimento sustentável”, para o qual “já se estão a tomar medidas”. Mas ainda não “as suficientes.”

Apesar de os programas de ajustamento “terem funcionado em alguns casos”, são precisas “reformas estruturais” que permitam à Europa competir de outra forma com “os EUA”, por exemplo, e aproveitar o “enorme potencial científico que tem” para que a “inovação seja parte da economia.” O digital deixará de se referir só às tecnologias, mas a “todo o sistema de produção.” E quem perceber isto, vai “dominar.”

Desafio constante

A União Europeia não é um “espaço perfeito”, mas Durão Barroso acredita que a situação “não é tão negativa como a pintam” e que “os erros do passado não se vão repetir.” Um apelo de esperança que também se ouviu nas palavras de Francisco Pinto Balsemão, chairman do grupo Impresa.

No discurso que abriu a noite garantiu que “discutir o crescimento é um desafio constante” e que tem que se “investir na inovação e apostar em políticas sustentáveis.” As respostas que se derem nestes casos vão ser “fundamentais”. Já Luís Filipe Pereira, presidente do FAE, expressou o desejo que a conferência seja útil para discutir soluções globais para os próximos anos. “Daí termos escolhido este tema”, atirou.

Esta terça-feira a conferência junta uma série de figuras nacionais e internacionais para, ao longo do dia, discutirem “O Futuro do Crescimento”.

RE

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.