Ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi declarou ao fisco em 2011 fortuna superior a 48 milhões de euros, 8 milhões mais do que em 2010.
Com mais de 48 milhões de euros declarados ao fisco no ano passado, Silvio Berlusconi, 75 anos, é o político mais rico de Itália. A fortuna do seu sucessor, Mario Monti, é de “apenas” 1,5 milhão de euros. O ex-primeiro-ministro italiano é, também o homem mais rico do seu país.
A fortuna declarada por Berlusconi está, porém, muito longe da riqueza “real” que lhe é atribuída pela revista norte-americana “Forbes”, que o inclui na lista dos homens mais ricos do mundo, com 7.800 milhões de euros.
Crise não afeta Berlusconi
Segundo divulgou hoje a imprensa italiana, a fortuna de Berlusconi não foi afetada pela crise financeira, uma vez que em 2011 os seus rendimentos aumentaram 8 milhões de euros em relação ao ano anterior, quando declarou 40,9 milhões de euros.
O político e empresário italiano, que deixou o Governo em novembro de 2011, comprou no ano passado uma mansão com acesso privativo à praia na ilha de Lampedusa, aquisição por ele anunciada em março ao visitar o local que estava a enfrentar uma crise humanitária devido à chegada de milhares de imigrantes vindos da Líbia.
Recentemente, Berlusconi aumentou o seu património na ilha de Antígua, onde agora possui dois terrenos edificáveis e uma vila. Entre os bens declarados pelo empresário estão mansões em Arcore, Sardenha e a sua casa em Roma, além de apartamentos em Milão, duas garagens e uma casa em Lesada, no norte do país.
Muito abaixo dos valores declarados pelo economista estão os do resto dos políticos italianos, como o presidente do Senado, Renato Schifani, que declarou 223,9 mil euros e pagou 89,4 mil euros de impostos, enquanto o presidente da Câmara dos deputados, Gianfranco Fini, declarou um valor de 201,1 mil euros.
Entre os presidentes dos principais partidos do país, Angelino Alfano, do PDL (Povo da Liberdade), é o mais rico dos líderes com 169,3 mil euros, seguido de Pier Luigi Bersani, do PD (Partido Democrata), com 136,8 mil euros.
Recorde-se que em fevereiro passado Silvio Berlusconi beneficiou da prescrição do crime de suborno, encerrando um processo que já se arrastava há mais de cinco anos. Il Cavaliere era acusado de ter “comprado” por 600.00 dólares falsos testemunhos do seu ex-advogado britânico David Mills em dois processos dos anos 1990, que foi por sua vez condenado noutro processo. O Ministério Público de Milão pedia cinco anos de prisão para o político, enquanto a sua defesa pedia a absolvição ou prescrição.
O julgamento de Silvio Berlusconi pelo envolvimento com prostitutas menores de idade e abuso de poder voltou a ser adiado em janeiro.
