SMS apela ao voto dos moçambicanos e alerta para eventuais fraudes

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Às 00h00 de Moçambique [22h00 de Lisboa] começou a circular em Maputo um SMS de apelo à participação cívica de todos os cidadãos recenseados: “Anda por aí uma informação vinda de fontes credíveis segundo a qual haverá na urna de voto canetas com tintas fáceis de apagar. Com vista a evitarmos tendências de fraude, e k vença quem realmente o povo decidir, levamos connosco as nossas canetas para votar. Passa a palavra a quantos irmãos puderes. Urgentissimo!”.

Treze partidos e seis organizações da sociedade civil concorrem aos 1216 lugares existentes nas assembleias municipais de Moçambique e à liderança de 53 autarquias.

A Renamo, o segundo maior partido com assento no Parlamento de Moçambique, decidiu autoexcluir-se deste ato eleitoral. Só a Frelimo, o partido que está no poder desde a independência de Moçambique em 1975, e o MDM – Movimento Democrático de Moçambique, disputam a liderança de todas as 53 câmaras do país.

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O “Jornal O País” diz que há 3.059.794 eleitores, devidamente recenseados, que vão escolher os “112 candidatos” à presidência dos conselhos municipais”. O regular funcionamento das assembleias de voto é assegurado por 21460 elementos selecionados para integrarem as “4292 mesas instaladas em todas as autarquias”.

“Aulas” de educação para o voto

Um documento coordenado pelo investigador em Assuntos Africanos, Joseph Hanlon, conta que em 21 de setembro foram recrutados “cerca de 2050 agentes de educação cívica” para “mobilizarem os potenciais eleitores para afluírem em massa às urnas no dia 20 de Novembro próximo nas 53 autarquias”. Esta campanha de educação cívica durou 45 dias.

O documento refere que os agentes foram “divididos em brigadas” que tinham por missão “trabalhar nas comunidades, escolas, igrejas e outros lugares considerados estratégicos em termos de concentração populacional, apelando à afluência às urnas, explicando os procedimentos de votação, para além de horários de abertura e encerramento das assembleias de voto, entre outras questões ligadas ao processo”.

A campanha de educação para o voto foi feita “porta-a-porta e em grupo, através de contatos diretos, palestras, atividades culturais, tais como teatro e música, com o objetivo de atrair mais o público a prestar atenção nas mensagens”, explica este documento de Hanlon.

Autarca da Beira é filho de um dos fundadores da Frelimo

O MDM, o segundo maior partido que concorre a estas eleições autárquicas tem expetativas de voltar a ganhar a câmara da Beira. Recorde-se que no último sábado, dia 16, ocorreram violentos confrontos entre as Forças de Intervenção Rápida e os apoiantes do autarca da Beira e líder do MDM, Daviz Simango”. Os confrontos provocaram 46 feridos.

Daviz Simango é filho do fundador da Frelimo, Urias Simango, e foi militante da Renamo. Em 2009 fundou o MDM e candidatou-se à presidência da câmara da segunda maior cidade de Moçambique.

O pastor Urias Simango dirigiu a Frelimo, depois de Eduardo Mondlane, o primeiro presidente deste movimento de libertação ser assassinado em 1969. Urias Simango foi afastado pela liderança de Samora Machel e acabou por ser executado depois da independência de Moçambique, juntamente com outros dissidentes da Frelimo.

Manuela Goucha Soares (Rede Expresso)

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